André Ferreira Borges morreu em confronto com a PM em Campinas (SP) na noite de terça (11). Ele integrava facção criminosa e, segundo a polícia, atuou em crimes em SP e MG. Quadrilha de um dos ladrões de banco mais procurados do país orquestrou roubos violentos em SP e MG
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Reprodução/Arquivo pessoal/Helder Almeida
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Cidade às escuras, mortes e explosões fazem parte do modo de agir violento da quadrilha à qual pertencia André Ferreira Borges, considerado um dos ladrões de banco mais procurados do país e morto em confronto com a polícia em Campinas (SP) na noite de terça-feira (11).
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Segundo a Polícia Militar, o homem, conhecido como "Pane", integrava a facção criminosa PCC e atuou em roubos a agências bancárias registrados em Passos (MG), em 2018; Uberaba (MG), em 2019; e Araçatuba (SP), em 2021.
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Relembre, abaixo, como foi a ação da quadrilha em cada um dos crimes:
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Passos, 2018
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Imagens mostram sacos com dinheiro deixados para trás em assalto em Passos
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Reprodução/EPTV
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Na madrugada de 11 de abril de 2018, pelo menos 15 homens fortemente armados explodiram agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em Passos. Dinheiro e joias foram levados das duas unidades.
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Na fuga, os criminosos atiraram em transformadores de energia e deixaram parte da cidade sem energia elétrica. Houve troca de tiros com policiais e, para dificultar o trabalho da polícia, os homens atearam fogo em dois ônibus, em dois pontos da rodovia MG-050, bloqueando a pista.
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Em um carro abandonado pelos criminosos, a polícia encontrou várias munições. Algumas dinamites instaladas pela quadrilha nas agências bancárias e que não explodiram precisaram ser desarmadas pelo Grupo de Operações Especiais da Polícia Militar.
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As aulas das escolas municipais foram suspensas na manhã do roubo por conta da repercussão do crime.
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Dias depois, integrantes do grupo foram presos em uma chácara em Sumaré (SP). Com eles, a polícia encontrou cerca de R$ 170 mil em dinheiro, quatro fuzis, 300 quilos de bisnagas de emulsão explosiva, artefatos prontos para uso, três pistolas, capacetes e máscaras contra gases.
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Ataques a bancos deixam moradores sem energia elétrica em Passos (MG)
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Uberaba, 2019
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O ataque à agência bancária em Uberaba começou na madrugada do dia 27 de junho de 2019. O grupo criminoso formado por 25 integrantes fortemente armados cercou a região central da cidade por volta das 3h30 e fez diversos disparos, assustando moradores.
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Segundo o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) feito pela Polícia Militar (PM), enquanto alguns dos assaltantes faziam disparos para o alto e na direção de lojas e veículos na região, outros invadiram o Banco do Brasil. Eles explodiram o cofre da agência. Dois vigilantes do banco foram feitos reféns e precisaram ser socorridos por inalarem fumaça.
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Assim que a PM montou cerco nas proximidades do Banco do Brasil, houve troca de tiros. Os autores renderam dois homens e um rapaz em uma farmácia, que foram colocados em uma caminhonete e mantidos como reféns. Segundo a PM, eles só foram liberados após os criminosos deixarem o local das explosões.
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Criminosos atacabam banco em Uberaba e trocam tiros com policiais
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Os ladrões entraram nos veículos com os malotes roubados e fugiram em direção ao Anel Viário, onde acessaram a BR-262 sentido Araxá.
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Os ladrões foram perseguidos pela polícia até a BR-262. Eles chegaram a roubar uma caminhonete e foram até uma fazenda, onde fizeram reféns. O veículo foi abandonado posteriormente com materiais e munição. Também roubaram um caminhão na propriedade, que serviu de transporte para criminosos e reféns. Após o cerco, se entregaram.
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Fachadas de outros bancos, de uma agência dos Correios e do Corpo de Bombeiros foram atingidas por disparos de armas de fogo, além de uma residência. Uma jovem foi baleada e morreu uma semana depois.
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7 de junho de 2019: armas apreendidas após assalto a banco em Uberaba
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Polícia Militar/Divulgação
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Araçatuba, 2021
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Na noite do dia 29 de agosto de 2021, membros da organização criminosa, fortemente armados, entraram em Araçatuba em veículos blindados e fizeram ataques simultâneos a agências bancárias e às sedes do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP) e do Comando de Policiamento do Interior (CPI-10).
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Veículos na região central e nas rodovias de acesso à cidade foram incendiados, para impedir o deslocamento da equipe policial. Próximo à Praça Rui Barbosa, onde estão situadas as agências roubadas, os assaltantes fizeram reféns e "armaram" explosivos.
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Durante a ação, os criminosos fizeram moradores e motoristas reféns, sendo que algumas das vítimas foram feitas de "escudo humano". O grupo também usou um drone para monitorar a chegada da polícia.
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Após o ataque, o centro da cidade permaneceu isolado durante dois dias, até que os explosivos fossem desarmados. Três pessoas morreram, sendo dois moradores e um criminoso. Outras cinco também ficaram feridas, entre elas, um ciclista que teve os pés amputados após ser atingido por um explosivo.
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Terror em Araçatuba: saiba como foi o mega-assalto a agências bancárias
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Suspeito foi morto em rodovia
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Pane morreu após troca de tiros com policiais militares na alça de acesso da Rodovia D. Pedro I (SP-065) à Avenida Comendador Aladino Selmi, em Campinas (SP), na noite de terça.
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De acordo com a PM, a ação foi de policiais do Comando de Operações Especiais (COE) de São Paulo, que patrulhavam a região após a denúncia de que o criminoso faria o transporte, de Campinas para Americana, de armamentos de alto calibre para realização de roubo a banco na região.
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De acordo com o registro da ocorrência, André Ferreira Borges estava sozinho no veículo e, quando foi abordado, atirou contra os agentes de segurança, que revidaram. O socorro foi acionado, mas ele morreu no local.
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Com o suspeito, foram apreendidos US$ 83 mil, R$ 21,6 mil, quatro projéteis, seis carregadores de munição, três cartuchos, uma luneta e uma pistola calibre 380.
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André Ferreira Borges, conhecido como 'Pane', é apontado como um dos ladrões de banco mais procurados do país
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Reprodução/EPTV
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Fonte: G1 .