Ministro do Comércio afirmou que americanos estão 'no caminho errado' e que a China lutará 'até o fim'. País quer crescer cerca de 5% neste ano. China promete "seguir até o fim" em guerra tarifária contra EUA
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A China encerrou nesta quarta-feira (12) o Congresso Nacional Popular com fortes recados à guerra tarifária travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a definição de uma meta ambiciosa de crescimento de cerca de 5% para 2025.
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O evento, que reúne anualmente quase 3.000 membros, reforçou a necessidade de impulsionar investimentos e o consumo interno. Por outro lado, a disputa comercial com os EUA adicionou incertezas ao cenário.
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Apesar disso, o parlamento chinês, amplamente alinhado ao governo, aprovou com maioria esmagadora o relatório anual de trabalho, o orçamento e outras medidas econômicas.
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A saúde da segunda maior economia do mundo está em jogo. Além de enfrentar uma prolongada crise no setor imobiliário, que enfraqueceu a confiança de consumidores e empresas, a China agora lida com o impacto da escalada tarifária imposta por Trump.
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O presidente dos EUA já elevou tarifas sobre produtos chineses duas vezes desde janeiro, e Pequim não deu sinais de recuar.
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"Se os americanos continuarem seguindo esse caminho errado, lutaremos até o fim", declarou o ministro do Comércio, Wang Wentao.
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O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, também criticou a postura de Washington e disse que a "lei da selva" prevaleceria se todos os países adotassem uma abordagem de "meu país em primeiro lugar".
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"Uma grande nação não deve colocar interesses egoístas acima dos princípios, muito menos usar seu poder para intimidar os mais fracos", afirmou a jornalistas durante o Congresso.
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Embora a China tenha diversificado seus mercados de exportação nos últimos anos, os EUA seguem como um parceiro comercial essencial.
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Segundo Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico do banco de investimentos Natixis, o que preocupa Pequim é o impacto da economia americana sobre a demanda por produtos chineses.
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Meta de crescimento
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O presidente da China, Xi Jinping, durante Congresso Nacional Popular, em 5 de março de 2025
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REUTERS/Tingshu Wang
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O Congresso foi aberto com o anúncio de uma meta de crescimento econômico de "cerca de 5%" para este ano, um nível que analistas consideram difícil de alcançar com as medidas apresentadas no evento.
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Entre elas, está a captação de mais recursos para diversas iniciativas, incluindo a concessão de 300 bilhões de yuans (R$ 240 bilhões) em descontos para consumidores que trocarem carros e eletrodomésticos antigos por novos.
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No entanto, grande parte desses recursos será destinada ao setor imobiliário e a governos locais sobrecarregados por dívidas.
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"Não está claro o quanto esse orçamento impulsionará a demanda interna e os esforços de recuperação econômica, apesar do considerável aumento no déficit", afirmou Jeremy Zook, analista-chefe da Fitch Ratings para a China, em um relatório.
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A ambiciosa meta de crescimento sinalizou aos analistas que mais estímulos podem estar a caminho. O ministro das Finanças, Lan Fo'an, afirmou a jornalistas que cobrem o Congresso que o governo tem ferramentas suficientes para lidar com incertezas externas ou internas.
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Xi busca apoio do setor privado
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China anunciou nesta terça-feira uma série de tarifas sobre produtos dos EUA em retaliação ás tarifas de Trump.
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Reuters
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O presidente chinês, Xi Jinping, parece determinado a revitalizar as empresas privadas, que representam uma parcela significativa do crescimento e dos empregos na economia. Anos de repressão regulatória abalaram a confiança de empreendedores e investidores.
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O Congresso chegou a discutir um projeto de lei com o objetivo de melhorar o ambiente para as empresas privadas, regulando aspectos como acesso ao mercado, financiamento, concorrência e proteção dos direitos de propriedade. No entanto, o texto não foi votado.
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Xi quer enviar uma "mensagem aos empreendedores, mas também aos governos locais e reguladores, de que o setor privado é importante e necessário", disse Neil Thomas, especialista em política chinesa do Asia Society Policy Institute.
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As empresas privadas também terão acesso a uma parcela maior de empréstimos do que antes, e o financiamento por meio da emissão de títulos será ampliado, afirmou o primeiro-ministro Li Qiang no relatório de trabalho.
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'Neijuan'
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Lideranças chinesas durante encerramento do Congresso Nacional Popular
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AP Photo/Ng Han Guan
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O governo, em seu relatório anual, afirmou que pretende combater a competição improdutiva e exaustiva, aplicando o termo "neijuan" — frequentemente traduzido como "involução".
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O termo, antes associado a trabalhadores sobrecarregados, foi designado a empresas e governos locais. O excesso de empresas de energia verde, por exemplo, levou à superprodução de painéis solares e equipamentos, resultando em guerras de preços.
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"As estratégias das empresas são muito parecidas, o que leva a uma concorrência extremamente cruel", disse Lei Jun, CEO da Xiaomi e delegado do Congresso, à mídia estatal.
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As soluções ainda não são claras, segundo especialistas. Analistas da área destacam que os subsídios governamentais para energia verde ajudaram a criar o problema ao incentivar a criação de muitas startups no setor.
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Fonte: G1.