Dormir com os olhos abertos, conhecido como lagoftalmo noturno, pode causar desconfortos, como olhos vermelhos e visão turva. Em casos graves, pode levar a úlceras de córnea. Identificar e tratar a causa é essencial para evitar complicações. O que pode acontecer comigo se eu dormir com os olhos abertos?
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Quando comecei a escrever sobre esse assunto, me veio à mente minha infância e os momentos em que eu via meus irmãos dormindo. Alguns deles, não me lembro qual, faziam isso de olhos abertos. Agora, eu sei que é apenas uma parte do olho que não fecha durante uma noite de descanso.
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Esta imagem é mais comum do que imaginamos. Ocorre até mesmo sem qualquer doença ocular. Na maioria das vezes, é percebido por uma terceira pessoa, mas o indivíduo afetado por esta circunstância não percebe, nem dorme mal, nem aplica colírios. No entanto, alguns estudos sugerem que até 1 em cada 5 pessoas pode experimentar isso, conforme observado pela American National Sleep Foundation.
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De leve desconforto a úlceras de córnea
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O problema surge quando dormir com os olhos abertos (que recebe o nome médico de lagoftalmo noturno) deixa de ser anedótico e passa a produzir desconfortos como sensação de corpo estranho, olhos vermelhos, visão turva, fotofobia ou algo tão simples como não conseguir dormir bem.
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Em algumas ocasiões, pode ir além dessas manifestações leves e gerar o distúrbio, chamado 'olho seco', que pode levar, entre outras doenças, à ceratite (inflamação da córnea) ou a algo mais grave (ocorre muito raramente), como úlceras de córnea.
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Existe um teste que qualquer pessoa pode fazer em casa para determinar a gravidade do lagoftalmo: feche completamente os olhos e peça a alguém que tente abri-los com alguma força. Geralmente, o resultado é que os órgãos da visão se movem para cima, o que é um bom sinal. É chamado de fenômeno de Bell e é a forma natural de a córnea se proteger do ressecamento se os olhos estiverem abertos (ou entreabertos) enquanto dormimos.
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Causas e possíveis soluções
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Existem algumas causas do lagoftalmo que devemos estar atentos para antecipar as consequências:
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Sofrer de paralisia de Bell, um distúrbio do nervo que controla os movimentos faciais e é muito comum.
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Nascer com alguma alteração nas pálpebras que as impeça de fechar adequadamente.
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Trauma (incluindo cirurgias estéticas como blefaroplastia, remoção do excesso de gordura nas pálpebras), infecções ou qualquer lesão muscular das pálpebras.
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Paralisia do nervo facial devido a acidente vascular cerebral ou tumor.
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Depois de identificar a origem dos problemas oculares, resta tentar por qualquer meio fechar os olhos durante o sono. Existem vários métodos, como:
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Fitas médicas que unem as pálpebras sem machucar a pele.
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Colírios, gel ou pomadas formulados com ou sem fita adesiva que ajudam a manter os olhos lubrificados.
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Cirurgias para fechar os olhos que o oftalmologista pode sugerir dependendo da gravidade das patologias primárias e secundárias.
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A importância de identificá-lo
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Agora você deve estar se perguntando: será que durmo de olhos abertos e não percebi e por isso me incomodam tanto quando acordo? É sempre necessário levar isso em consideração ao informar o seu oftalmologista sobre o motivo da consulta. Isso ajuda a fazer um melhor diagnóstico e, portanto, uma melhor forma de tratar o desconforto.
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Ou ainda, se for mais grave, encontrar uma forma de abordar a existência de alguma patologia derivada do lagoftalmo noturno.
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Na verdade, nós, oftalmologistas, quase não levamos em consideração essa causa do olho seco na hora da consulta e, sem dúvida, essa anotação nos ajudará a lembrar disso. Especificamente, tenho uma paciente jovem que não pode ser submetida à cirurgia refrativa a laser porque sofre de olho seco leve, sem ter nenhum histórico que a cause. Esta poderia ser a causa.
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Só espero que digamos aos nossos amigos, parceiros, irmãos ou pais para verificarem se os nossos olhos estão abertos quando dormimos e nós, por sua vez, ficarmos de olho nos nossos entes queridos.
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Fonte: G1 .
