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G1 - Manchete

Mulher morre atingida por bala perdida na Vila do João

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Secretário de Polícia Civil diz que bandidos podem ter atirado contra a população. Três pessoas morreram e 13 foram presas. https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/12/09/policia-faz-operacao-na-mare.ghtml Polícia faz operação contra o roubo de cargas e de veículos na Maré

Uma mulher morreu atingida por uma bala perdida na comunidade Vila do João, que faz parte do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, durante a Operação Torniquete feita nesta segunda-feira (9).

A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Victor Santos em uma coletiva sobre a ação da polícia. Segundo ele, uma outra mulher foi socorrida.

O secretário de Polícia Civil Felipe Curi disse que a hipótese inicial da investigação é de que traficantes do Terceiro Comando Puro atiraram contra a população.

A Polícia Civil do RJ iniciou nesta segunda-feira (9) uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. É mais uma fase da Operação Torniquete, que combate o roubo de cargas e de veículos. Um helicóptero e 5 blindados davam apoio aos agentes.

Até a última atualização desta reportagem, havia registro de 3 mortes, uma pessoa ferida e 13 presos, além de 6 fuzis, 2 pistolas, 1 granada, 16 carregadores de fuzil, drogas, munição e dezenas de carros apreendidos. Uma das mortes confirmadas durante a tarde é de uma mulher que foi baleada na Vila do João, que foi levada para a UPA local, mas não resistiu.

Moradores relataram muitos tiros na Maré. Um forró acontecia no Parque União no momento da chegada dos agentes ao local. A Linha Amarela e a Avenida Brasil, duas das principais vias expressas da cidade, chegaram a ser fechadas.

Traficantes do Comando Vermelho (CV) eram procurados — entre eles, Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga.

Os dois são responsáveis, entre outros crimes, "por arquitetar e gerenciar quadrilha de roubos de veículos e de cargas para financiar a 'caixinha' da referida organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma 'mesada' aos parentes de presos faccionados, bem como das lideranças da facção", explicou a nota da Polícia Civil.

Motoboy e Alvarenga são alvos da operação da Polícia Civil

Reprodução

Um dos presos é o traficante Luiz Mário dos Santos Júnior, o Mário Macaco, do CV. Ele foi capturado em casa, com munição e granada.

"A gente atua hoje no Complexo da Maré, que é também um braço operacional e logístico que fomenta todo esse roubo de carga e automóvel no Rio de Janeiro, onde o quartel general é a Penha", explica o diretor do Departamento de Polícia Especializada, André Neves.

"Um dos presos é um dos grandes roubadores da região, responsável por corte de veículo, remessa de peça de veículo para outros estados. Então, há essa organização criminosa fomentando esse tipo de delito. Então, é mais um braço da operação. Essa Operação Torniquete ataca in loco os receptadores, os roubadores, a lavagem de dinheiro e toda essa seara financeira que fomenta todo esse tipo de crime que assola tanto a população do Rio de Janeiro", completou.

Traficante Mário Macaco é preso

Reprodução

Equipes Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de outras especializadas cumprem mandados de prisão contra os investigados no Parque União, na Nova Holanda e na Baixa do Sapateiro.

A Polícia Militar também atua na região, nas comunidades da Vila do João, Timbau, Vila Pinheiros e Baixa do Sapateiro.

Linha Amarela é interditada nos dois sentidos durante operação da polícia na Maré

Vias fechadas

Operação na Maré provoca fechamento da Linha Amarela e da Avenida Brasil

Por volta das 7h40, os dois sentidos da Linha Amarela foram totalmente bloqueados pela Polícia Militar. A via já foi liberada. A interdição teria acontecido após uma tentativa de arrastão de criminosos em fuga.

Às 8h20, o Globocop flagrou um carro em chamas no início da via expressa, na altura da Ilha do Fundão. Não se sabe como o carro pegou fogo.

Pouco depois, o Globocop registrou a movimentação de policiais na Avenida Brasil, altura da Fiocruz. Muitos policiais corriam, e houve registro de tiros. A via chegou a ser interditada.

Para fugir do fogo cruzado, motoristas que passavam pelo local desceram dos veículos e se protegeram atrás de muretas de concreto.

Carro em chamas no início da Linha Amarela

Reprodução/TV Globo

Motorista se protege na Avenida Brasil durante operação na Maré

Reprodução/TV Globo

Motorista de caminhão se abaixa ao lado de mureta da Avenida Brasil

Reprodução/ TV Globo

Segundo a polícia, integrantes da facção que atua na Maré recebem ordens dos chefes do tráfico do Complexo da Penha — entre eles, Edgar Alves Andrade, o Doca — e "montam todo apoio logístico para que os integrantes da quadrilha de assaltantes, pratiquem seus delitos em diversos bairros do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana".

As investigações revelaram ainda a prática de várias atividades criminosas relacionadas aos roubos de veículos e de cargas, entre elas:

Armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores;

Clonagem de veículos para posterior revenda ou troca por armas e drogas;

Desmanche de veículos para revenda de peças;

Uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes;

Cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX.

Blindado da Polícia Civil na Operação do Complexo da Maré

Betinho Casas Novas/TV Globo

Desde setembro, já são mais de 250 presos, além de veículos e cargas recuperados, na Operação Torniquete.

Por conta da operação, duas escolas estaduais precisaram ser fechadas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos suspendeu as atividades externas, como as visitas domiciliares. As clínicas da família Augusto Boal, Adib Jatene, Jeremias Moraes da Silva e o Centro municipal de Saúde Vila do João também interromperam o funcionamento nesta manhã.

Forró acontecia no Parque União no momento da chegada da polícia

Reprodução

Operação na Maré

Reprodução

Viaturas da Polícia Civil em uma das entradas da Nova Holanda, no Complexo da Maré

Betinho Casas Novas/TV Globo

Confronto na Penha

Na terça-feira passada (3), uma megaoperação na Penha, na Zona Norte, deixou 6 feridos, 1 morto e 13 presos. A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão em outra fase da Operação Torniquete.

Chefes da facção eram procurados — entre eles, o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca. Os policiais também tentavam prender criminosos foragidos do Pará e do Ceará escondidos na Penha.

Além dos feridos, um bandido, ainda não identificado e com passagens por roubo de carga, foi morto durante confronto com policiais do batalhão de Olaria.

Doca, também conhecido como Urso, de 54 anos, seguia foragido até a última atualização desta reportagem.

Edgar Alves de Andrade, o Doca, procurado pela polícia por ser um dos suspeitos de chefiar invasões em comunidades do RJ

Reprodução

Segundo a polícia, ele tem uma longa lista de crimes nas costas:

mandou matar comparsas envolvidos nas execuções de três meninos em Belford Roxo;

"condenou à morte" bandidos que executaram por engano três médicos na orla da Barra da Tijuca;

tentou sequestrar um piloto de helicóptero da polícia para resgatar presos;

comanda a Tropa do Urso, responsável por invasões a dezenas de comunidades;

e mandou executar os homens que mataram os três meninos que desapareceram em Belford Roxo.

G1

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