Manifestação enviada à ministra Rosa Weber pede a suspensão do inquérito aberto no STJ A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu para que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), reveja sua decisão e suspenda o inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar supostos atos ilícitos cometidos por integrantes da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba.De acordo com a manifestação enviada ao STF, o "cenário mudou" porque uma nota da colunista Bela Megale, do jornal "O Globo", mostrou que o presidente do STJ, Humberto Martins, que conduz o inquérito, planeja decretar medidas de busca e apreensão contra membros do Ministério Público Federal (MPF).Na peça, a PGR afirmou temer até mesmo a prisão de algum procurador. "Registre-se, inclusive, que não se pode descartar o afastamento judicial de membros do Ministério Público Federal e até prisão", disse o subprocurador José Adonis Callou.Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa de Curitiba Guilherme Pupo/Guilherme Pupo/Valor"Embora se trate de matéria jornalística, seu conteúdo, considerando os detalhes apresentados, não pode ser simplesmente ignorado. Além do mais, como dito, trata-se de um dos mais importantes veículos de comunicação do país. Na verdade, a matéria só reforça uma realidade inafastável: a adoção de medidas invasivas é um passo esperado no tipo de apuração em curso", afirmou.O inquérito foi instaurado de ofício, isto é, sem um pedido do Ministério Público, pelo presidente do STJ para apurar se procuradores tentaram “investigar e intimidar" ministros da corte sem autorização prévia do Supremo, o que é vedado.A decisão foi tomada após virem à tona mensagens apreendidas pela Operação Spoofing, que teve como alvo hackers que invadiram celulares de autoridades. As mensagens revelaram uma série de conversas de integrantes da força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba, como o procurador Deltan Dallagnol, e do ex-juiz Sergio Moro. Rosa Weber, no entanto, tem negado os pedidos para suspender a investigação. Em um despacho, ela disse que, pela análise inicial, não verificava "patente constrangimento ilegal cuja gravidade exponha os pacientes ao risco de sofrer, caso não deferida a tutela de urgência, lesão irreparável ou de difícil reparação".
Valor Econômico