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Corregedoria afasta 12 PMs que agrediram idosa e deram mata-leão em homem durante abordagem em Barueri

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Por Jr Blitz

05/12/2024 às 18:12:48 - Atualizado há
SSP disse que as investigações prosseguem por meio de inquérito policial militar (IPM) e pela Polícia Civil, com análise das imagens externas e das câmeras corporais dos agentes. Episódio foi gravado por testemunhas. Policiais agridem família durante abordagem na garagem deles

Reprodução

Doze policiais policiais militares que agrediram uma mulher de 63 anos e deram um golpe de mata-leão em seu filho durante uma abordagem foram afastados de suas atividades operacionais após prestarem depoimento na Corregedoria da Polícia Militar nesta quinta-feira (5).

As agressões ocorreram na garagem da família, em Barueri, na Grande São Paulo, na noite da quarta(4).

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que as investigações do caso prosseguem por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e pela Polícia Civil, com análise de imagens externas e das câmeras corporais dos agentes. "A Polícia Militar reitera que não compactua com desvios de conduta e assegura que todo excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei", diz a pasta.

Vídeos gravados por testemunhas e obtidos pela TV Globo registraram a cena violenta (veja mais abaixo).

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Geralmente, casos envolvendo policiais militares e que têm IPM instaurado são investigados pelos setores de Justiça dos batalhões ou quartéis. O g1 questionou a SSP sobre o motivo de a Corregedoria ter assumido a investigação de Barueri, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Agressão

Família diz ter sido agredida por PMs em Barueri

Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e Juarez Higino Lima Junior, de 39, estavam na calçada com uma moto próximo à residência, quando foram abordados por PMs na Rua Mar Negro. O veículo estava com a documentação atrasada, por isso os agentes iriam apreender a motocicleta.

Pai e filho resistiram a ação e correram para o interior da garagem. Segundo a versão da PM, apresentada no boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de "seus lixos".

Posteriormente, os policiais voltaram com reforços e entraram no imóvel, agredindo com golpes de cassete pai e filho. A abordagem se transformou em uma confusão generalizada. Nas imagens, é possível ver que um dos PMs chegou a aplicar em Juarez um golpe de mata-leão, proibido pela instituição desde 2020.

No vídeo, Lenilda Messias Santos Lima, mãe de Juarez, ainda aparece com o rosto sangrando e aos prantos. Ela é empurrada e chutada por um policial, que puxa a idosa pela gola do casaco.

Idosa agredida por PM em SP foi algemada e levada em camburão: 'Que risco uma senhora vai oferecer para tantos policiais?'

À TV Globo, Juarez contou que os policiais entraram na casa sem permissão e de forma violenta.

"Eles vieram e deram um monte de pontapé, empurraram a porta e abriram. Do jeito que eles abriram, já entraram com pistola na nossa cara, com laser, as pistolas com luz verde na nossa cara, arma grande e o cassetete batendo em todo mundo. Pegaram meu filho e levaram para o canto. Batendo nele todo o tempo e virou aquela confusão generalizada. Uma verdadeira cena de terror."

Em razão dos ferimentos, Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb) e depois encaminhado à Delegacia de Polícia de Barueri. O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.

Em depoimento, os policiais justificaram a entrada na casa sem autorização e o uso da força pela "caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais".

Questionada sobre a conduta dos agentes, a Secretaria da Segurança Pública disse que "não compactua com desvios de conduta e assegura que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada e os agentes devidamente punidos".

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Aumento da violência policial

Nesta semana, casos envolvendo abuso de autoridade e letalidade policial ganharam repercussão entre autoridades e entidades de direitos humanos. No domingo (1°), um policial militar foi flagrado arremessando um jovem em um córrego durante abordagem no bairro Vila Clara.

Já na segunda (2), imagens de câmera de segurança que flagraram a execução de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, também vieram a público. O caso ocorreu em 3 de novembro. Veja as imagens abaixo:

Jovem negro de 26 anos é executado por policial militar de folga em mercado de SP

O jovem tinha furtado quatro pacotes de sabão no mercado Oxxo no bairro Jardim Prudência, na Zona Sul da capital. O PM Vinicius de Lima Britto estava no caixa pagando pelas compras, quando percebeu a ação.

Vinicius sacou a arma e atirou diversas vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele.

Dados do Ministério Público também apontam que as mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, se comparado a 2023, durante a gestão Tarcísio de Freitas.

De janeiro a 17 de novembro deste ano, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado. Dessas 673 mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço, ou seja, trabalhando, e 96, de folga. Média de duas pessoas mortas por dia.

O secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite (PL), atrás do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Rogério Cassimiro/Secom/GESP

Mesmo com o aumento da letalidade policial, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu nesta quarta-feira (4) o trabalho do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL).

Em uma viagem a Brasília, ao ser questionado pela imprensa sobre a possibilidade de demitir Derrite do cargo e se considerava que o secretário estava fazendo um bom trabalho, Tarcísio se limitou a responder: "Olha os números que você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]". Diante da insistência dos jornalistas, repetiu: "Olha as estatísticas". Ele, no entanto, não informou quais seriam esses dados.
Fonte: G1
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