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Uma unidade de bomba de fragmentação contendo mais de 600 submunições. Artefato foi lançado por avião de guerra israelenses durante a guerra de 34 dias Hezbollah-israelense, Líbano, quinta-feira, 9 de novembro de 2006.AP Photo/Mohammed ZaatariOs Estados Unidos enviarão à Ucrânia mais bombas de fragmentação, proibidas em 110 países, em novo pacote de ajuda militar aprovado nesta terça-feira (24).O que são as bombas de fragmentação?De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, as bombas de fragmentação (também chamadas de "cluster") são armas compostas por uma caixa que se abre no ar e espalha inúmeras submunições explosivas ou sub-bombas.Elas têm capacidade de serem dispersadas por amplas áreas. Dependendo do modelo, o número de submunições pode variar de várias dezenas a mais de 600. Podem ser lançadas via aeronaves, artilharia e mísseis.A grande preocupação é que a maior parte das submunições deveria explodir no momento do impacto. Porém, um alto número de submunições falha e não explode. E, então, as submunições não detonadas explodem quando manuseadas ou deslocadas, representando um grave perigo aos civis. Essas munições menores podem ficar adormecidas, e são capazes de serem detonadas muitos anos após o fim do conflito.Ainda segundo a Cruz Vermelha, elas "foram usadas pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial e existe uma grande proporção das munições cluster atualmente estocadas". Elas teriam sido projetadas durante a Guerra Fria.Convenção sobre Bombas de FragmentaçãoEm 30 de maio de 2008, em Dublin, na Irlanda, mais de 110 países assinaram um tratado internacional que proíbe o uso dessas bombas em conflitos militares. Os países se comprometeram a nunca:Usar munições de dispersão;Desenvolver, produzir, adquirir, reter ou transferir, direta ou indiretamente, munições de dispersão;Assistir, encorajar ou induzir qualquer um em qualquer atividade proibida por um estado membro sob essa convenção.A Rússia, a Ucrânia e os EUA não fazem parte desse tratado.O Brasil também não entrou na lista de signatários. Em 2017, a Human Rights Watch denunciou a relação de bombas de fragmentação produzidas no Brasil com ataques mortais a escolas no Iêmen dois anos antes do relatório."O Brasil deve reconhecer que munições cluster são armas proibidas que nunca devem ser fabricadas, enviadas ou usadas devido aos danos que causam a civis", criticou, na época, Steve Goose, diretor da divisão de armas da Human Rights Watch e presidente da Coalizão Contra Munições Cluster, uma coalizão internacional de grupos que trabalham para erradicar as munições cluster."A Arábia Saudita, seus parceiros na coalizão e também o Brasil, na posição de fabricante, devem aderir imediatamente ao tratado internacional amplamente reconhecido que proíbe as munições cluster", disse.