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Julgamento de Dominique Pélicot e outros réus entra no quinto dia, nesta sexta-feira (6). Vítima foi violentada por pelo menos 10 anos e descobriu crimes por acaso. Gisèle PélicotChristophe SIMON / AFPEntra no quinto dia, nesta sexta-feira (6), o julgamento de um homem acusado de drogar a mulher para que ela fosse violentada por estranhos, na França. A vítima, Gisèle Pélicot, resolveu tornar o caso público para que crimes como esse nunca mais aconteçam.? Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsAppO ex-marido da vítima, Dominique Pélicot, e mais 50 homens estão sendo julgados pela Justiça francesa. O principal réu já confessou ser culpado de todas as acusações e pode ser condenado a até 20 anos de prisão.Gisèle e Dominique ficaram casados por 50 anos. Apesar de os crimes terem acontecido, pelo menos, desde 2011, a vítima só descobriu que estava sendo drogada para ser violentada em 2020.Durante o julgamento, a filha do casal também descobriu que foi vítima do pai.Nesta reportagem você vai ver:Quantas vezes a vítima foi estuprada?Como a vítima descobriu que era violentada?Como os crimes aconteciam?Por que a vítima resolveu tornar o caso público?O que aconteceu com a filha do casal?Clique no menu acima ou desça a página para ler a reportagem completa.Quantas vezes a vítima foi estuprada?Réus sendo orientados por advogada durante audiênciaChristophe SIMON / AFPSegundo as investigações, ao longo dos últimos anos, Gisèle foi estuprada 92 vezes. Os crimes foram cometidos por 72 homens diferentes, com idades entre 21 e 68 anos.A acusação formal envolve apenas 50 réus, além do ex-marido da vítima. Os outros 22 abusadores não foram formalmente identificados.Do total de réus, 18 estão em prisão preventiva, incluindo o ex-marido de Gisèle. Na terça-feira (3), ao serem questionados pelo juiz, 35 réus se declararam inocentes. Além disso, 13 disseram ser culpados. Um deles está foragido, e outro não compareceu ao tribunal.Voltar ao início.Como a vítima descobriu que era violentada?Francesa drogada pelo marido para ser estuprada por estranhos acompanha julgamentoGisèle descobriu que era violentada por acaso, em 2020. À época, o marido foi flagrado filmando sob as saias de três mulheres em um supermercado.Ela foi intimada para prestar depoimento na delegacia, e um policial mostrou imagens encontradas no computador de Dominique.Os investigadores descobriram milhares de fotos e vídeos de Gisèle visivelmente inconsciente, estuprada por estranhos, dentro da casa da família.Além disso, a polícia encontrou conversas de Dominique convidando homens para ter relações sexuais com a esposa dele."Tenho um sentimento de nojo, tínhamos tudo para sermos felizes, tudo. Não entendo como ele conseguiu chegar a isso", lamenta Gisèle.Voltar ao início.Como os crimes aconteciam?O ex-marido da vítima admitiu que dava para esposa tranquilizantes potentes sem que ela soubesse. Depois disso, ele convidava outros homens para estuprá-la, usando um site de encontros da França.Segundo as investigações, o réu orientava os homens para que não acordassem a vítima. Ele também pedia para que os abusadores não usassem perfume ou tabaco.Além disso, os estupradores tiravam a roupa na cozinha, para evitar que elas fossem esquecidas no quarto.De acordo com o processo judicial, o ex-marido de Gisèle participava dos estupros e filmava os crimes. Ele não pedia dinheiro em troca.Alguns acusados afirmaram que não sabiam que a vítima estava drogada e alegaram que pensavam estar participando de uma fantasia sexual do casal.Por outro lado, Dominique disse que todos sabiam que a mulher estava inconsciente.Voltar ao início.Por que a vítima resolveu tornar o caso público?Protesto na porta do tribunalChristophe SIMON / AFPGisèle Pélicot falou pela primeira vez sobre o caso na quinta-feira (5). Segundo um dos advogados da vítima, ela renunciou o direito ao anonimato para que "isso nunca mais aconteça"."Assisti a todos os vídeos. Não são cenas de sexo, são cenas de estupro. Dois, três deles sobre mim. Fui sacrificada no altar do vício", disse à imprensa.Ela também não poupou os abusadores e criticou o fato de nenhum deles ter denunciado o que ela estava sofrendo."Estes senhores se permitiram entrar na minha casa, não me violaram com uma arma apontada à cabeça. Me estupraram com toda a consciência. Por que não foram à delegacia? Até um telefonema anônimo poderia salvar minha vida", disse.Segundo a imprensa francesa, durante todo depoimento no julgamento, a francesa se mostrou firme. No entanto, ao juiz, ela admitiu:"Dentro de mim sou um campo de ruínas. A fachada é sólida, mas por trás dela..."A defesa da vítima acredita que um julgamento a portas fechadas era tudo o que os investigados queriam.Voltar ao início.O que aconteceu com a filha do casal?Caroline sendo amparada pelo irmão, ao lado da mãeChristophe SIMON / AFPGisèle e Dominique tiveram três filhos. Uma das filhas, Caroline, descobriu durante o julgamento que o pai guardava fotos dela nua.As fotos foram encontradas no computador de Dominique, em uma pasta intitulada "Em volta da minha filha, nua".Segundo a imprensa francesa, a mulher deixou a sala de audiência tremendo e chorando. Ela só retornou ao local 20 minutos depois.Ao jornal "Le Parisien", Caroline confessou temer a possibilidade de também ter sido estuprada sem saber."Estou convencida de que fui drogada, mas ele nunca vai admitir."Voltar ao início.VÍDEOS: mais assistidos do g1