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Em post, Milei diz que denúncias de agressão de ex-primeira-dama não a eximem de ter sido 'cúmplice' de Fernández em casos de corrupção

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Presidente da Argentina fez post acusando o antecessor de corrupção e contratações espúrias com fundos públicos e disse que Fabiola Yañez 'foi cúmplice de muitas das aberrações do espantoso governo do kirchnerismo'. Yáñez, de 43 anos, e Fernández, de 65, foram casados durante todo o mandato e tiveram um filho em 2022

Infobae/Reprodução

Nesta terça-feira (13), Javier Milei usou o X para comentar as denúncias de agressão da ex-primeira-dama Fabiola Yañez contra Alberto Fernández e acabou fazendo uma série de ataques contra o antecessor.

Apesar de dizer que a denúncia de violência de gênero contra Fernãndez é "indiscutível", o presidente da Argentina falou que ela "não apaga o fato de que Fabiola Yañez foi cúmplice - principalmente na pandemia - de muitas das aberrações do espantoso governo do kirchnerismo".

Em um longo post, Milei ressaltou que os atos de violência contra a ex-primeira-dama foram revelados graças a uma investigação do Ministério Público sobre suspeitas de corrupção na contratação de seguros e ironiza:

"O caso envolve o ex-presidente Alberto Fernández, paladino do feminismo, agredindo sua mulher, Fabiola Yañez. (...) Isso é indiscutível, mas nada justifica nem a exime [de ter sido cúmplice]".

O presidente argentino ainda comenta os boatos sobre uma amante do antecessor e especula sobre uma possível "associação ilícita e tráfico de influência utilizando o Estado para financiar os prazeres extrafunção do ex-presidente".

"Se a terceira pessoa foi beneficiada com um contrato cuja contraparte final é o Estado, isso constitui prostituição. Onde o problema não está no acordo das partes em si, mas sim no fato de que as ações de Alberto Fernãndez seriam sustentadas pelos impostos pagos pelos argentinos. 'Uma empresa privada me paga' não é um argumento quando a empresa é financiada pelo Estado para tais fins", acusou.

A denúncia de Yañez

Nesta segunda (12), a ex-primeira-dama da Argentina concretizou sua denúncia contra Alberto Fernández no Consulado argentino de Madri, na Espanha, segundo o jornal argentino "Clarín".

Fabiola Yañez, que pediu para ser considerada autora do processo, afirma que as agressões do ex-marido começaram em 2016 e o acusa de lesões graves e abuso de autoridade.

Em um documento de 20 páginas, a ex-primeira-dama diz ter sido vítima de "lesões graves duplamente qualificadas pelo vínculo e perpetradas no quadro da violência de gênero com abuso de poder e autoridade". Ela também quer que Fernández seja acusado de ameaças coercitivas e deu detalhes sobre repetidos atos de violência.

A primeira denúncia contra Alberto Fernández nesse processo, aberto na semana passada, era por ferimentos leves. A defesa de Fabiola não concorda com esta classificação.

Segundo o documento apresentado, Yañez sofreu "atos de assédio, maus-tratos e desprezo" desde 2016, muito antes da campanha eleitoral que levou Alberto Fernández à Casa Rosada, e a agressão da qual ela foi vítima aconteceu em um apartamento de Puerto Madero que o empresário argentino Pepe Albistur emprestou ao ex-marido.

Ex-presidente argentino nega acusações

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández voltou a negar a acusação de violência doméstica contra sua ex-esposa, a também ex-primeira-dama Fabiola Yañez neste fim de semana. Fernández afirmou que o olho roxo que Yañez exibiu em uma foto para provar a agressão é um "tratamento estético contra rugas", segundo o jornalista Horacio Verbitsky, que entrevistou o ex-presidente.

Na entrevista, que ainda não foi publicada na íntegra, o ex-presidente usou também o fato de, segundo ele, Yañez ter feito tratamento de fertilidade, para tentar provar sua inocência.

"Se eu sou um agressor, por que ela se submeteu a um tratamento de fertilidade para que tivéssemos um filho?", afirmou Fernández, também de acordo com o jornalista argentino, do site "El Cohete a La Luna".

O ex-casal tem um filho de dois anos.

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As agressões, segundo Fabiola Yañez, ocorreram quando Fernández era presidente da Argentina, entre 2019 e 2023. Mas só vieram à tona na semana passada, quando Yañez fez a denúncia durante uma videoconferência com o juiz federal Julián Ercolini, que ordenou imediatamente uma ordem para que o ex-presidente não se aproxime dela e não deixe o país.

A ex-primeira-dama contou que era agredida fisicamente quando vivia na Quinta de Olivos, residência oficial da presidência argentina. Fernández foi presidente da Argentina entre 2019 e 2023.

O ex-presidente negou as acusações em nota publicada nas redes sociais e afirmou que vai apresentar à Justiça "as provas e testemunhos que evidenciarão o que realmente aconteceu".

Na quinta-feira (8), imagens da ex-primeira-dama com hematomas no braço e no rosto foram reveladas pelo site de notícias argentino Infobae. Na troca de mensagens com o ex-companheiro, Yañez cita que foi agredida por três dias seguidos.

Em outro trecho, ela afirmou: "Isso não funciona assim, você me agride o tempo todo. É insólito. Não pode me fazer isso quando eu não te fiz nada. E tudo o que tento fazer com a mente centrada é te defender, e você me agride fisicamente. Não há explicação".

Ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández.

Jonathan Ernst/REUTERS

A Justiça argentina realizou na sexta-feira (9) uma operação de busca e apreensão no apartamento de Alberto Fernández, e um celular foi confiscado durante a ação.

Segundo a imprensa argentina, a medida visa verificar se o ex-presidente continuou "assediando" sua ex-parceira após receber a notificação de que não deveria manter contato com ela.

No momento da operação, Fernández estava no apartamento acompanhado do meio-irmão Pablo Galindez e de algumas outras pessoas. Esta é a primeira medida adotada no caso, que está sob sigilo.

Trocas de mensagens

Alberto Fernández e a ex-primeira-dama Fabíola Yañez, em imagem de 2021

Andrew Medichini/AP

De acordo com as mensagens publicadas pelo site argentino Infobae, o ex-presidente pediu para que a mulher parasse de discutir e justificou que eles brigavam "por causa dos outros". Ao fim da mensagem, ele disse: "Por favor. Venha".

Na sequência, Yañez afirmou: "Você está me agredindo novamente. Você está louco". Fernández respondeu que se sentia mal. Após a mulher ter falado que estava sendo agredida há três dias, o ex-presidente reagiu: "Estou com dificuldade para respirar. Por favor, pare. Estou me sentindo muito mal".

Ainda segundo o Infobae, Yañez enviava as fotos a Fernández reclamando das atitudes violentas. "E quando você me sacudiu pelos braços, me deixou hematomas. Isso é quando você me sacudiu." Após ter enviado uma foto com o olho roxo, a mulher ironizou Fernández. "Isso foi quando você me bateu sem querer."

As mensagens foram descobertas no contexto de outro caso que também está sendo conduzido por Ercolini, que investiga supostos atos de corrupção cometidos durante a gestão de Fernández. A ex-primeira-dama e a então secretária particular do ex-presidente, María Cantero, conversaram sobre as agressões.

O celular de Cantero foi periciado pela Justiça por conta do caso do suposto tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa.

Segundo a publicação do site argentino, um dos próximos passos no processo é o depoimento da ex-primeira-dama, que não tinha data marcada até a última atualização desta reportagem. Porém, a expectativa é de que ocorra em breve.

Yáñez, de 43 anos, e Fernández, de 65, foram casados durante todo o mandato dele e tiveram um filho em 2022 chamado Francisco. Yáñez vive em Madri com o filho, enquanto Fernández mora em Buenos Aires.

G1

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