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Legisladores locais e veículos de imprensa estimaram que os senadores estão igualmente divididos. O projeto de lei precisa de 37 votos dos 72 senadores para conseguir uma maioria. Argentina passa por cortes na cultura, ciência e educação com presidente "anarco-capitalista"O Senado da Argentina iniciou nesta quarta-feira (12) o debate de um amplo projeto de lei que é chave para os planos de reforma econômica do novo presidente libertário, Javier Milei.Do lado de fora do Congresso houve protestos contra a proposta de mudanças. ? Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsAppO Senado está quase ao meio em relação ao projeto, e por isso deve haver uma maratona de debates. O texto passou pela Câmara dos Deputados no fim de abril, depois que o governo fez mudanças para agradar os legisladores (uma versão anterior, mais radical, não foi aprovada).O governo Milei tem apenas uma pequena minoria nas duas Casas e, por isso, precisa negociar para atrair aliados eventuais. Os governistas sabem que o projeto será modificado, mas esperam conseguir pelo menos uma aprovação geral, pois a rejeição completa seria um golpe forte contra a Casa Rosada. Legisladores locais e veículos de imprensa estimaram que os senadores estão igualmente divididos. O projeto de lei precisa de 37 votos dos 72 senadores para conseguir uma maioria. "É uma votação bem equilibrada: está 36 a 36", afirmou Guadalupe Tagliaferri, parlamentar conservadora do Juntos pela Mudança, aliado do governo. Ela acrescentou que a votação pode acabar sendo desempatada pela vice-presidente, que preside o Senado. O principal bloco de esquerda de oposição dos peronistas deve votar contra a chamada "Lei Bases" e um pacote fiscal separado. O principal projeto inclui planos para privatizar empresas públicas, conceder poderes especiais ao presidente e estimular investimentos. "Votaremos para rejeitar ambos", disse José Mayans, da coalizão União pela Pátria, à emissora de televisão local A24. "É uma lei inconstitucional." Milei, um extravagante economista e ex-comentarista que entrou em conflito com parlamentares e regularmente chamou o Congresso de "um ninho de ratos", vinculou muita coisa ao projeto. Seu governo diz que é a chave para desfazer uma grande crise econômica que ele herdou.Projeto de leiUma das medidas do texto é o decreto de estado de emergência pública durante um ano para que o governo tenha poderes especiais em alguns setores, como administrativo, econômico, financeiro e energético.As propostas também incluem privatizações de empresas públicas do país. Os legisladores querem que algumas estatais, como a Aerolíneas Argentinas e a empresa de correio, não sejam vendidas.Segundo o jornal "La Nación", um dos principais temas é a desregulamentação do Estado. Na negociação com o Legislativo, o governo desistiu de extinguir 15 entidades da administração pública —são entidades ligadas à indústria, agricultura, parques nacionais, geologia, pesca, hidrografia, pesquisa etc.A gestão de Milei também quer mudar a legislação trabalhista. Por um lado, abriu mão de acabar com uma espécie de "imposto sindical" compulsório, mas manteve-se uma previsão para que empresas demitam trabalhadores por justa causa se eles participarem de protestos com bloqueios de vias ou ocupação de estabelecimentos.