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Mulino é aliado político do ex-presidente Ricardo Martinelli, que não pôde se candidatar porque foi condenado na Justiça. Jose Raul Mulino chega para votar na Cidade do Panamá, em 5 de maio de 2024Daniel Becerril/ReutersO advogado e ex-ministro de Segurança José Raúl Mulino, de 64 anos, foi eleito presidente do Panamá em votação neste domingo (5).Com 80% dos votos contados, Mulino aparece com 34%. O segundo colocado, Ricardo Lombana, que tem 25% dos votos, reconheceu a derrota para o adversário. Logo depois,a autoridade eleitoral do Panamá declarou a vitória de Mulino.Além de eleger presidente, os panamenhos também escolheram 71 deputados e os líderes de governos locais.Mulino liderou as pesquisas e, antes da votação, tinha o dobro das intenções de voto em relação aos três principais concorrentes. Ele é herdeiro político do ex-presidente Ricardo Martinelli, que foi condenado por lavagem de dinheiro e está refugiado na embaixada da Nicarágua desde fevereiro.O novo presidente substituiu Martinelli como candidato do partido Realizando Metas (RM, as siglas do ex-presidente), depois que este foi inabilitado como candidato após a confirmação de uma condenação contra ele de quase 11 anos.Martinelli, também indiciado por espionagem telefônica e por receber subornos da construtora brasileira Odebrecht, é popular pela prosperidade econômica que o país viveu em seu governo (2009-2014).A candidatura do próprio Mulino só foi validada pela Justiça dois dias antes da votação —o nome dele havia sido impugnado por não passar por primárias e por não ter um vice-presidente na chapa.Depois de votar neste domingo, Mulino depois visitou Martinelli na embaixada da Nicarágua.Cansados da corrupçãoEm um país sem partidos de esquerda, os candidatos fizeram promessas semelhantes: empregos em abundância, dinamismo econômico e reformas anticorrupção.O atual presidente, Laurentino Cortizo, do majoritário Partido Revolucionário Democrático (PRD, social-democrata), enfrenta críticas pelo pagamento de bolsas para políticos e seus familiares. O canal e as finanças Embora a economia tenha crescido 7,3% em 2023, este ano desacelerará para 2,5%, segundo o FMI, afetada pela seca que atinge o Canal do Panamá e pelo fechamento de uma mina de cobre após protestos em massa em defesa do meio ambiente.Ameaçando sua competitividade, o canal reduziu o tráfego de navios devido aos baixos níveis de água; enquanto a empresa mineradora canadense, que gerava 40 mil empregos e 5% do PIB, iniciou um litígio para reivindicar US$ 20 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) em compensação.