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Projeto estuda uso de nanomoléculas para acelerar crescimento de árvores na Amazônia

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Por Jr Blitz 06/10/2023 às 16:39:12
Projeto investiga o efeito da nanomolécula de carbono no solo e na planta, com foco na recuperação de áreas degradadas e impactadas pelo desmatamento. Projeto Nanorad's investiga o efeito da nanomolécula de carbono no solo e na planta

Já imaginou uma área degradada ser reflorestada com uso de nanomoléculas de carbono? Com uso da castanheira, árvore nativa da Amazônia, este é ponto de partida do Projeto "Nanorad's", que investiga a possibilidade de reflorestar áreas desmatadas mais rápido por meio da tecnologia.

Com um investimento de R$ 4 milhões, o projeto é uma parceria da Shell Brasil com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e busca usar a arbolina - uma nanomolécula de carbono da Startup Krilltech.

A arbolina é utilizada como um biofertilizante para aumentar a tolerância das plantas ao estresse provocado pela baixa disponibilidade de nutrientes das áreas degradadas. O projeto foi implantado nos nove estados da Amazônia Legal, que sofrem com o desmatamento e queimadas.

Projeto Nanorad's investiga o efeito da nanomolécula de carbono no solo e na planta.

Gato Júnior/Rede Amazônica

Como nessas áreas as condições são desfavoráveis, o processo de recuperação do solo é desafiador. Segundo o coordenador de de Baixo Carbono Shell, André Cavalcante, o projeto vai investigar como a nanotecnologia pode potencializar o crescimento das árvores nesses espaços.

"A gente quer entender esse processo para acelerar a recuperação de áreas degradadas, entender como a gente pode otimizar o aceleramento de reflorestamento no bioma da Amazônia. [...] Essa molécula tem uma aplicação folhear, que ela visa acelerar o crescimento dessa planta, no caso, estamos falando da castanheira e também trazer mais resiliência. Então ela vai fazer que a castanheira aguente períodos mais longos sem precisar de água", explicou o coordenador, ao g1.

Inicialmente, castanheira foi escolhida como a árvore-chave para dar início ao projeto. O pesquisador do Inpa responsável pelo projeto, José Francisco, afirmou que a espécie é capaz de se adaptar em áreas degradadas.

Além disso, a castanheira atende os requisitos do Nanorad's, como aguentar uma exposição maior ao sol e a altas temperaturas.

"Nós selecionamos a castanheira, não só pela importância econômica da castanheira, mas também porque ela é uma planta que é capaz de suportar esses estresses", explicou o pesquisador.

Projeto Nanorad´s em Manaus

Projeto planta mudas de castanheiras em áreas degradadas.

Bianca Fatim/g1

Em Manaus, a primeira a área que começou a receber as mudas do projeto foi um terreno no Instituto Federal do Amazonas (Ifam) Campus Zona Leste, que também aderiu ao Nanorad´s. O espaço que será reflorestado é próximo ao Parque das Castanheiras, área com grande quantidade de árvores da espécie na capital amazonense.

No entanto, os pesquisadores contaram que a área em que o projeto foi implantado em Manaus não foi a primeira a ser cogitada. Inicialmente, um outro ponto do Ifam foi citado nas discussões dos pesquisadores.

Castanheiras foram as árvores escolhidas.

Bianca Fatim/g1 AM

O professor do Ifam Manoel de Jesus, coordenador do Projeto Nanorad's no Amazonas, contou que ao fazer uma análise do solo, a equipe encontrou pequenos artefatos. Além disso, a terra apresentou uma coloração mais escura do que o normal. O local foi identificado como um sítio arqueológico.

"Fizemos um comunicado para o Instituto de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan), para mandar a análise do solo e foi feita uma perfuração para verificar se tinha mesmo os artefatos. E realmente foi identificado que era um sítio arqueológico", contou o professor.

Após a ideia inicial ter sido descartada, o Ifam disponibilizou um novo espaço para o projeto ser implementado em Manaus. O instituto também cedeu uma área em Humaitá, cidade situada no Sul do Amazonas, região que lidera os desmatamentos no estado.

Nos locais de implantação do projeto, a arbolina é pulverizada em três métodos:

Plantio puro - somente com castanheira;

misto - castanheiras com outra árvore do bioma local;

agroflorestal - castanheiras combinadas com outras espécies frutíferas.

Além disso, um sensor é implantado nos caules para mensurar, em tempo real, as características das árvores como circunferência e índices de estoques de carbono na biomassa e acima do solo.

O objetivo é que o "laboratório vivo" documente a dinâmica da restauração florestal e compreenda o potencial impacto da arbolina nos custos de projetos de reflorestamento.

Padronização do projeto

Arbolina é arborizada em árvores da castanheira.

Divulgação

Para obter resultados positivos, os pesquisadores tiveram que criar um padrão no projeto nos nove estados da Amazônia Legal.

A padronização das mudas e similaridade dos espaços em todas as fases do processo é essencial para que o Projeto Nanorad's identifique se a nanomolécula é uma alternativa eficaz para acelereação do reflorestamento.

"Essa padronização foi bem desenhada desde do início, para que a gente tenha tanto mudas padronizadas, quanto áreas degradas padronizadas. Porque o projeto visa recuperar essas áreas na Amazônia legal. Essa padronização vem desde dessa etapa de seleção da área, coleta dos solos, adubação, corviamento, até chegar o plantio", disse a gestora do projeto na Amazônia Legal, Josiane Celerino.

Iniciada em 2022, a pesquisa deve durar três anos. A Shell Brasil financia o projeto com recursos oriundos da cláusula PD&I da Agência Nacional de Petróleo (ANP), que estabelece que concessionárias destinem de 1% da receita bruta em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil.

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Fonte: G1

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