“Há uma vontade profunda da Câmara Municipal de selar com o governo e a prefeitura. Paz", afirmou Gabriel, após três projetos terem sido aprovados em primeiro turno, e três, em segundo.
Os líderes dos dois poderes municipais estão em um momento de trégua, depois de dias de ataques e críticas. Foi acertada a realização de sessões extraordinárias para que fossem votados os projetos da Lei Paulo Gustavo,
piso da enfermagem, emendas de deputados federais e dos servidores da educação e que autorizam empréstimos para obras de prevenção em relação ao período chuvoso.
Ficou acertado que a votação do retrofit, que planeja recuperar o hipercentro de Belo Horizonte e adjacências, e empréstimo para a Vilarinho serão pautados em outubro, segundo o líder do governo na Casa, o vereador Bruno Miranda (PDT). "(Foi) um conjunto de gestos para o poder Executivo. Não custa o poder Executivo entender que existem aqui 41 vereadores. (...) A maior parte já entendeu que a briga interessa somente a uma pessoa, que não é da administração municipal, que não é do poder Executivo nem do poder Legislativo de Belo Horizonte”, afirmou Gabriel, sem citar o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), apontado pelo vereador como responsável pela articulação do seu processo de cassação.
No dia 15 deste mês, Fuad afirmou que prefere não se reunir com Gabriel Azevedo. De acordo com o líder do Executivo, ele foi diversas vezes ofendido pelo presidente da Câmara e prefere manter uma "relação republicana" com o vereador.
Gabriel Azevedo
O vereador e presidente da CMBH Gabriel Azevedo (sem partido) vem passando por um processo de cassação aberto pelos vereadores.
Gabriel é acusado de quebra de decoro e de abuso de poder, em denúncia protocolada pela ex-vereadora, ex-aliada e atual deputada federal Nely Aquino (PP).
A comissão processante, composta pelas vereadoras Janaína Cardoso (União Brasil), Iza Lourença (Psol) e Professora Marli (PP), aprovou o relatório que dá continuidade ao processo. O texto também rejeitou a suspeição da relatora Marli, mãe de Marcelo Aro (PP-MG).
O processo de destituição da presidência foi anulado após Gabriel obter decisão favorável do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
O juiz argumentou que a reunião da Mesa Diretora para tratar do tema da CMBH precisaria de maioria simples. Formada por seis integrantes, apenas três estavam presentes: o vereador Juliano Lopes (Agir), vice-presidente que assumiria o cargo em caso de afastamento de Gabriel, Wesley Moreira (PP) e Flávia Borja (PP).
Aliados de Gabriel, os vereadores Ciro Pereira (PTB) e Marcela Trópia (Novo) não participaram do encontro. Os parlamentares contrários ao presidente argumentaram que ele não teria direito a voto, o que deixaria a mesa com cinco integrantes. A Justiça rejeitou essa tese e manteve Azevedo no cargo.