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Governo do país, um dos mais pobres e violentos do mundo, vem travando dura batalha contra extremistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico, que já controlam mais de 30% do território. Militar monitora região de Kaya, no centro de Burkin Faso, em 25 de janeiro de 2023. Sam Mednick/ AP Após dois golpes de estado em 2022, Burkina Faso começou o ano em guerra contra grupos insurgentes, que já controlam cerca de um terço do país e tentam avançar. Nesta terça-feira (31), o governo afirmou que 28 pessoas morreram em atentados executados por extremistas. Entre as vítimas estão 15 civis que haviam sido sequestradas durante o fim de semana. O país, um dos mais pobres e violentos do mundo, fica na África Ocidental, onde governos travam uma árdua batalha contra grupos insurgentes ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. Em Burkina Faso, mais de 30% das cidades e vilarejos do país já estão em mãos desses grupos. Os insurgentes têm ocupado território no norte árido e rural, executando centenas de moradores de vilarejos e desalojando quase dois milhões de pessoas. Eles bloquearam cidades e aldeias, agravando a crise alimentar.Mulher carrega barril com água nos arredores de Ouagadougou, capital de Burkina Faso, em 30 de janeiro de 2023.Zohra Bensemra/ ReutersNa segunda-feira (30), 15 corpos com marcas de tiros foram encontrados em Linguekoro, uma localidade da província de Comoe, no oeste do país, informou o governador regional, o coronel Jean-Charles Some. As vítimas integravam um grupo de 24 pessoas que viajavam a bordo de dois micro-ônibus procedentes de Banfora e que foram parados em Linguekoro por homens armados no domingo (29). Eles foram abordados pelos extremistas, que mandaram os passageiros descerem e incendiaram os veículos. Na sequência, sequestraram os 15 civis, que foram mortos depois. Em outro ataque, no norte, dez policiais militares, dois integrantes de uma força de apoio ao Exército e um civil morreram em um atentado terrorista na segunda-feira (30) na localidade de Falangoutou, informou o Exército. Os ataques são parte de uma nova onda de violência vinculada à Al Qaeda e ao Estado Islâmico, que já deixou milhares de mortos.