G1
O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann avaliou nesta quarta-feira (25) em entrevista à GloboNews que a troca no comando do Exército gerou as condições para um clima de pacificação nas Forças Armadas após os atos do dia 8.Jungmann destacou, no entanto, que a pacificação não passa por inocentar envolvidos."Pacificação não é passar pano. Pacificação é administrar a Justiça. Quem errou é punido, quem fez certo tem que ser exatamente promovido”, afirmou o ministro.Segundo Jungmann – que é próximo do atual ministro da Defesa –, José Múcio Monteiro nunca teve intenção de “passar pano”, mas preferia desde o início o caminho da negociação. O ex-ministro acredita que o atual ocupante do cargo seguirá nesse caminho. “O ministro José Múcio tem o respeito e, sem sombra de dúvidas, a colaboração das Forças e dos seus comandantes, e isso vai ficar cada vez mais claro porque ele é o homem certo escolhido para o lugar certo”, acrescentou.O ex-ministro da Defesa elogia o novo comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que já começou a tomar as primeiras medidas para acalmar os ânimos entre as Forças Armadas e o presidente Lula. Exército: Critério da antiguidade foi usado na escolha do novo comandante, Gen Tomás Miguel Ribeiro PaivaO general negociou o afastamento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, do comando do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia, gota d"água para a queda do general Julio Cesar Arruda, antecessor de Tomás Paiva.Jungmann disse ainda que o Alto Comando do Exército vai dar total respaldo para o novo comandante da Força, por ser legalista e defender o respeito à hierarquia. "O comandante em chefe das Forças Armadas é o presidente Lula, e o Alto Comando tem total respeito à hierarquia e sempre se pautou pela legalidade", disse o ex-ministro.Para ele, as Forças Armadas como instituição em nenhum momento embarcaram na estratégia golpista do ex-presidente Bolsonaro.Jungmann admite, no entanto, que ficou surpreso com o avanço do bolsonarismo entre alguns militares. “Era maior do que eu imaginava, mas nunca foi majoritário”, afirmou.