A ação, que começou em 2018, foi idealizado pela jornalista e pesquisadora de comunicação, Prussiana Fernandes, e é um convite a toda população interessada em saber e observar o ambiente que nos cerca. “A ideia é ganhar um repertório de cidade e conhecê-la de forma diferente. É uma experiência corporal, corpo a corpo, pois exploramos os nossos sentidos através do tato, do exercício de caminhar, do olhar, do cheiro e barulho. Mais do que a possibilidade de um passeio turístico e conhecer a história dos locais, é experimentar a cidade com o corpo”, disse. 
Em 2019, participantes puderam caminhar até algumas cidades da Região Metropolitana da capital mineira, como Ibirité, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Sabará. Na última travessia feita pelo projeto, Barreiro - Ibirité, foram percorridos aproximadamente 20 km, passando pelos bairros Diamante, Vila Formosa, Vale do Jatobá, Independência, Morada da Serra, Serra Dourada, Tirol e Barreiro de Baixo. 

‘Atravessar a cidade que nos atravessa’

Amanhã, participantes irão se encontrar, às 8h, na Estação Pampulha. Em seguida, visitarão a Horta Comunitária Clareia a Terra, no Bairro Lagoa, a Horta Compartilhada do Centro Cultural Venda Nova e o Mirante Nova York, no Bairro Jardim dos Comerciários, e, por último, a Horta próxima à Praça José Belém Barbosa, no São João Batista. 
Conforme a idealizadora da inciativa, a ideia deste trajeto surgiu após uma reportagem feita para a Revista Perambula. Como ela ficou responsável por abordar a regional de Venda Nova, a temática escolhida foi falar sobre a Agricultura Urbana, o que a permitiu conhecer novos lugares e pessoas responsáveis por hortas na cidade.
“Além de conhecer BH, nesta edição, nós vamos conversar com coordenadores de projetos de hortas. Será possível não só ver os lugares, perceber os ambientes dos bairros, como são as ruas e as diferenças entre os espaços, mas também ter trocas com pessoas que são moradoras, trabalham no lugar e podem trazer outras informações. Então, é vivenciar com o corpo e ter acesso à memória e a fatos específicos da cidade, a partir do diálogo”, contou Prussiana. 
A jornalista conta que outro exercício proporcionado pelas caminhadas é poder se relacionar com os colegas participantes. “Uma pessoa, ao divulgar o projeto, disse uma frase muito bonita, que é ‘atravessar a cidade que nos atravessa’. Esse é o intuito, pois, ao mesmo tempo que percebemos a cidade, também podemos nos conhecer. É uma experiência muito gostosa e bacana, por tudo que vemos, por nos reconhecer na cidade e reconhecer a cidade em nós”, afirmou.
O tempo de caminhada estipulado é de três horas, mas, devido às paradas para conhecer os locais selecionados pelo projeto, além do intervalo de almoço e descanso, a atividade está programada para encerrar às 16h. Segundo a pesquisadora, é muito importante tomar um café da manhã reforçado, passar protetor solar, levar uma garrafinha com água e algum sombreiro, seja um chapéu, boné, viseira ou sobrinha, e usar um tênis confortável.
Como todas as vagas foram preenchidas, a jornalista afirmou que fará o trajeto novamente no último fim de semana deste mês. Para saber todas as informações, o interessado precisa vistar o perfil do Atravessar BH no Instagram, onde serão feitas chamadas e divulgado o formulário de inscrição. 

Fonte: Estadão