William Ruto, o atual vice-presidente, e Raila Odinga, um líder da oposição, são os dois candidatos a ocupar o cargo de presidente do país africano. William Ruto, candidato a presidência do Quênia, em agosto de 2022
James Oatway/Reuters
Os eleitores do Quênia votam para escolher um novo presidente e legisladores nesta terça-feira (8), após meses de alta nos preços dos alimentos e de escândalos de corrupção e descrença de que o próximo governo fará alguma mudança.
Um grande número de jovens não se registrou para votar, mostram os números da comissão eleitoral. Muitos dizem estar frustrados com a desigualdade social e com um sistema político cominado por uma elite.
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Os principais candidatos que concorrem para substituí-lo não são caras novas: William Ruto, 55, foi vice de Kenyatta nos últimos nove anos, embora os dois tenham se desentendido, e Raila Odinga, 77, é um antigo líder da oposição que, desta vez, ganhou o apoio de Kenyatta.
A votação encerrará uma longa campanha, que começou muito antes do período oficial, em um contexto econômico marcado pelo aumento do custo de vida, devido à pandemia e as consequências da guerra na Ucrânia.
Nos últimos meses, os candidatos participaram de vários eventos eleitorais, de vilarejos isolados até bairros das periferias do país.
As divergências também se espalharam pela internet, acompanhadas por um fluxo interminável de mentiras.
Nação estável, eleições com problemas
O Quênia é uma nação estável em uma região com muita instabilidade. O país abriga a sede de empresas com a Alphabet, Visa e outros grupos internacionais.
O país ainda lembra da saga eleitoral de 2017, quando a Suprema Corte invalidou o resultado devido a irregularidades, algo inédito na África. À espera da segunda votação, manifestações da oposição foram duramente reprimidas pela polícia e terminaram com dezenas de mortos.
Em 2007-2008 foram registrados confrontos étnico-políticos que deixaram mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados.
Desta vez, os pedidos de calma são repetidos.
"Os quenianos esperam que a votação deste ano seja diferente", afirma um editorial do jornal Daily Nation.
No domingo, a embaixadora dos Estados Unidos no Quênia, Meg Whitman, afirmou que as eleições representam uma "oportunidade para mostrar ao mundo a força da democracia queniana".
Centenas de observadores internacionais e da sociedade civil serão mobilizados na terça-feira.
A Comissão Eleitoral treinou centenas de conselheiros e aperfeiçoou o sistema de identificação e transmissão eletrônica, e afirma que está preparada para assumir o desafio de uma votação impecável.
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Fonte: G1