Congressistas pedem que o governo dos EUA envie uma delegação ao Brasil para encontro com os representantes dos povos indígenas e a formulação de uma política dos EUA para dar uma resposta às preocupações desses povos, entre outras coisas. Autoridades e organizações se manifestam sobre os assassinatos de Bruno e Dom
JG
Um grupo de 23 congressistas dos Estados Unidos escreveu uma carta à Secretaria de Estado do país (órgão equivalente ao Ministério de Relações Exteriores) para pedir ações dos americanos como reação ao assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira.
Leia também
Um mês das mortes de Bruno e Dom: veja o que se sabe e o que falta esclarecer
Os congressistas pedem as seguintes ações do governo dos EUA:
O governo dos EUA deveria pedir uma investigação imparcial e completa do caso e o processo criminal de todos os envolvidos;
Encontros com representantes de povos indígenas para ouvir deles quais são as preocupações que têm e como podem ser ajudados;
O comprometimento com o acompanhamento da situação da segurança dos povos indígenas da região do Javari e um apoio aos esforços de proteção coletiva dos territórios, como as patrulhas indígenas;
Enviar uma delegação ao Brasil para encontro com os representantes dos povos indígenas e a formulação de uma política dos EUA para dar uma resposta às preocupações desses povos;
Coordenar, juntamente com governos de outros países, especialistas internacionais e organizações internacionais o monitoramento e a resposta à situação atual.
Caso Bruno e Dom: indigenista reagiu depois de ser atingido pelo primeiro tiro
No texto, eles afirmam que a impunidade é palavra corrente para os assassinatos que acontecem na Amazônia, e que, no futuro, esse caso não pode sumir da memória.
“Nós gostamos do fato de que o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, publicou um comunicado no dia 17 de junho pedindo responsabilização e justiça”, diz o texto. Em seguida, eles listaram os pedidos ao governo.
Os congressistas também lembraram de outros assassinatos conhecidos na região da Amazônia, como o de Chico Mendes (1988), irmã Dorothy Stang (2005), Maxciel Pereira (2019) e Paulo Paulino Guajajara (2019). Esses, dizem os americanos, “são certamente uma fração pequena dos muitos casos que não foram registrados”.
Caso Dom e Bruno
No dia 5 de junho, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Philips foram mortos na região do Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do país.
O caso ainda tem alguns pontos em aberto e é investigado pela Polícia Federal.
Pereira e Phillips foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados durante uma expedição em uma região que é palco de conflitos típicos da Amazônia: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
Um mês após o crime, a polícia prendeu três suspeitos pelo envolvimento no duplo homicídio. E outras cinco pessoas são investigadas pela ocultação dos corpos.
Nomes dos congressistas
Os americanos que assinam o texto são os seguintes:
Raúl M. Grijalva;
Susan Wild;
Rashida Tlaib;
Henry C. "Hank" Johnson, Jr.;
Jesús G. "Chuy" García;
Eleanor Holmes Norton;
Juan Vargas;
James P. McGovern;
Nanette Diaz Barragán;
Steve Cohen;
Barbara Lee;
Adriano Espaillat;
Mark Pocan;
Alexandria Ocasio-Cortez;
Ilhan Omar;
David J. Trone;
Jared Huffman;
Grace Meng;
Bobby L. Rush;
Alan Lowenthal;
Jan Schakowsky;
Andy Levin;
Peter Welch
Veja os vídeos mais assistidos do g1
Fonte: G1