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Contra fogo amigo, campanha de Tarcísio nega estremecimento. Natuza: "Bolsonaro não está feliz com Tarcísio de Freitas"Na boca de alguns dos principais auxiliares da campanha de Bolsonaro, o presidente da República está muito incomodado com Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente ao governo de São Paulo. Na boca de aliados do ex-ministro e hoje concorrente ao Palácio dos Bandeirantes, tudo não passa de fogo amigo. Bolsonaro chamou atenção neste sábado (9) ao não citar Tarcísio durante seu discurso na Marcha para Jesus, em São Paulo. Ao notar essa ausência, o blog procurou fontes do entorno do presidente para tentar entender a razão. Um dos auxiliares já começou a conversa assim: “o clima está ruim”.“O PR (abreviação de presidente da República) está reclamando que o ex-ministro não pede voto e esconde Bolsonaro na campanha, além de ter fechado acordo com o Kassab (Gilberto Kassab, presidente do PSD) sem contrapartida”, contou um integrante da campanha de reeleição.O PSD declarou nesta semana que apoiaria a candidatura de Tarcísio para o governo de São Paulo. Kassab, entretanto, já disse publicamente que, entre Lula e Bolsonaro, votará no primeiro. E é justamente aí que a banda toca. Segundo relatos, Bolsonaro exige que Tarcísio, seu ex-ministro de Infraestrutura, só conceda a vaga de vice ao PSD se Kassab declarar apoio ao presidente. Sem essa “contrapartida”, nada feito. O blog foi checar o que pensava um outro auxiliar presidencial. “O Presidente "analibolizou" Tarcísio. Criou o candidato e o transformou num cara grande (as pesquisas o mostram muito bem posicionado). Aí o cara grande não pede voto para Bolsonaro, fica distante dos conservadores paulistas e se deslumbra com Kassab?”Este emissário do presidente ainda fez outra menção, afirmando que a equipe de Tarcísio estaria pedindo doações para a campanha estadual e não para a presidencial. Com os dois relatos, o blog procurou aliados do ex-ministro. O LADO DE TARCÍSIOIntegrantes da campanha estadual de Tarcísio negaram de forma categórica que haja qualquer estremecimento, e declamam uma lista do que classificam como evidências.1 - Que o ex-ministro esteve grudado em Bolsonaro na sexta (8) e neste sábado (9) — comeram uma pizza juntos e gravaram vídeos.2 - Que o candidato defende o presidente todos os dias e que a aliança com o PSD ajuda Bolsonaro, pois aumenta as chances de o ex-ministro chegar ao segundo turno3 - Que Bolsonaro alertou que não citaria o aliado na Marcha para Jesus para não “politizar”.4 - Que Tarcísio já citou o “fogo amigo” para o presidente e que este o teria aconselhado a não ligar para “intrigas” de bolsonaristas. 5 - Que Tarcísio não pede doações nem para a campanha dele, e que o próprio Bolsonaro sequer gostaria que ele o fizesse para a campanha presidencial. Mesmo diante do fogo amigo, ninguém da cúpula presidencial fala em rompimento. Evita-se até o termo crise, seja por convicção, seja por necessidade. Isso porque Bolsonaro precisa de um palanque forte e de um candidato próprio no maior colégio eleitoral do país.Se jogasse a candidatura estadual para o alto, correria riscos enormes — e a estratégia do Palácio do Planalto de garantir o segundo turno entre ele e Lula poderia ir pelos ares.