G1
Exército russo anunciou a retirada da Ilha das Cobras, símbolo da resistência ucraniana. Imagem da Ilha das Cobras, no Mar Negro, em 30 de junho de 2022Divulgação/Comando Militar Ucraniano/Via ReutersA Ilha das Cobras, no Mar Negro, ficou sob controle dos russos durante todo o período da guerra. Os invasores conquistaram o território logo no primeiro dia da operação. Na quinta-feira (30) as forças russas deixaram a ilha. Leia tambémExército russo anuncia retirada da Ilha das Serpentes, símbolo da resistência ucranianaApesar de pequena (o território é de 0,15 km²) , a ilha, por sua localização, é um dos pontos mais importantes para controlar o litoral do Mar Negro. A ilha fica a 32 quilômetros da costa da região de Odessa.Por isso, desde os primeiros momentos da guerra na Ucrânia, a Ilha das Cobras foi disputada pelos dois lados.Como a ilha ficou famosaLogo no primeiro dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, um grupo de patrulheiros ucranianos que faziam a segurança da Ilha das Cobras enfrentou um navio russo que tentava conquistar o território.Na ocasião, um suposto diálogo entre os inimigos foi reproduzido na mídia ucraniana e ficou famoso no mundo. Por essa versão, os russos avisaram aos ucranianos que deveriam se render, ou então seriam bombardeados.A resposta ficou famosa, os ucranianos teriam respondido: “Navio russo, vai se f*”.Imagem de satélite da Ilha das Cobras, no Mar NegroMaxar Technologies/Via ReutersO soldado que teria dito isso foi preso, mas em março, foi libertado em uma troca de prisioneiros. Ele ganhou uma medalha.A história ficou famosa e tornou a frase e a ilha símbolos da resistência ucraniana à invasão russa.Como foi a saída dos russos?Os russos afirmam que deixaram o espaço como um gesto de boa vontade. Os ucranianos afirmam que reconquistaram o território.Valery Zaluzhny, comandante das Forças Armadas da Ucrânia, escreveu em uma rede social que houve uma blitz com artilharia, ataques aéreos e bombas que forçaram a retirada dos russos.Ele publicou um vídeo que mostra mísseis atingido a ilha e o entorno. A Ucrânia atacou a ilha durante dias, e o Ministério de Defesa da Ucrânia afirmou que conseguiu destruir o sistema antimísseis russo (a Rússia nega que isso tenha acontecido).A Rússia ainda tentou responder atacando a costa da região de Odessa, mas como os ucranianos não diminuíram a intensidade da ofensiva, os últimos russos na ilha deixaram o local na manhã de quinta-feira.Russos saem de ilha em disputa desde o começo da guerra na UcrâniaO custo de manter a ilhaA Rússia defendia a ilha desde fevereiro, apesar de a Ucrânia causar danos significativos aos russos, afundando navios de abastecimento e destruindo fortificações.A ilha está dentro do alcance do sistema de artilharia disparado do continente ucraniano. A Ucrânia começou a colocar em campo um novo sistema de foguetes enviado pelos Estados Unidos na semana passada."O recebimento de mísseis antinavio Harpoon e Himars pela Ucrânia colocou as forças russas na ilha em risco crescente", escreveu Rob Lee. membro sênior do Instituto de Pesquisa de Política Externa dos EUA, no Twitter.Por que a conquista da ilha é estratégica?A Ilha das Cobras é importante por causa da proximidade com o maior porto ucraniano no Mar Negro, o de Odessa. O domínio da ilha pode ser importante para controlar a entrada e saída do porto.No mês passado, o Ministério da Defesa britânico disse que, se a Rússia fosse capaz de consolidar seu domínio sobre a Ilha das Cobras com mísseis de cruzeiro de defesa costeira e defesa aérea, poderia dominar o noroeste do Mar Negro. A perda da ilha implica, para os russos, que eles perdem uma base no Mar Negro da qual era possível fazer ameaças à costa da Ucrânia até na região de fronteira com a Romênia.'Vão se f...', gritaram militares ucranianos a russos antes de serem mortos em ilhaO aspecto mais significativo da retomada da ilha pelos ucranianos é que isso pode abrir as portas para as exportações de grãos de Odessa, o que é crucial para a economia da Ucrânia e para o abastecimento global de alimentos, disse Rob Lee, membro sênior do Instituto de Pesquisa de Política Externa dos EUA, no Twitter.Veja os vídeos mais assistidos do g1