Laboratórios da Alemanha e a Justiça do Reino Unido já decretaram que algumas da vítimas foram envenenadas por agentes russos. Imagem sem data de Roman Abramovich
Action Images / Matthew Childs/File Photo
O russo Roman Abramovich e dois negociadores de paz ucranianos tiveram sintomas de um possível envenenamento após uma reunião em Kiev no início deste mês, reportou nesta segunda-feira (28) o "The Wall Street Journal".
O site de jornalismo investigativo Belling Cat, com sede na Holanda, e que tem acompanhado de perto a crise entre Ucrânia e Rússia, afirma que confirmou com suas fontes as mesmas informações que o diário americano. O mesmo foi feito pelo jornal britânico "The Guardian".
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Não há unanimidade no diagnóstico: uma autoridade dos Estados Unidos disse à agência Reuters que Abramovich não foi envenenado e seus sintomas foram provocados por um fator ambiental externo, e não por um envenenamento.
A suspeita de envenenamento não é gratuita: há um histórico de dissidentes russos ou ucranianos que foram envenenados nos últimos 20 anos. Veja abaixo alguns dos casos.
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Viktor Yushchenko
Yushchenko foi presidente da Ucrânia entre 2005 e 1010. Em 2004, antes de chegar ao poder, ele ficou gravemente doente de repente. O rosto dele ficou desfigurado, com uma série de lesões e com o lado esquerdo paralisado, ele teve dores abdominais e dores nas costas.
Assim que ficou doente, Yushchenko afirmou ter sido vítima de envenenamento, mas os adversários políticos dele afirmaram que a causa do mal estar era álcool e sushi.
Médicos austríacos afirmaram que se tratava de dioxina, um composto químico altamente tóxico.
Sergei V. Skripal
Em 2006, a Justiça da Rússia condenou Skripal, um ex-coronel que trabalhava no setor de inteligência do país, de vender segredos ao Reino Unido.
Em 2010, ele saiu da prisão e se mudou para a Inglaterra. Ele foi beneficiado em uma troca de espiões que haviam sido presos.
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Skripal e sua filha foram morar na cidade de Salisbury.
Em 2018, ele e a filha foram envenenados —eles foram encontrados desmaiados . Alguns dos profissionais de saúde que os atenderam também sofreram uma intoxicação.
Nos anos seguintes, a polícia antiterrorista processou três pessoas por tentativa de homicídio e identificou o novichok como a substância usada.
Aleksei A. Navalny
Assessores dizem que envenenamento de Alexey Navalny foi em hotel na Sibéria
O ativista anticorrupção Alexei Navalny se sentiu mal e perdeu a consciência a bordo de um avião que ia a Moscou em 20 de agosto de 2020. O piloto precisou fazerr um pouso de emergência na cidade de Omsk, na Sibéria. Ele foi internado lá.
Um médico do hospital russo chegou a afirmar que nenhum veneno foi encontrado no corpo de Navalny.
Navalny chegou a entrar em coma, mas se recuperou e foi transferido da Rússia para um hospital de Berlim em estado estável.
Em setembro de 2020, o governo alemão afirmou que testes toxicológicos de amostras de sangue de Navalny mostravam, sem possibilidade de equívoco, que houve envenenamento pelo agente novichok.
Alexander Litvinenko
Alexander Litvinenko é fotografado em UTI no hospital University College de Londres, em novembro de 2006, 3 dias antes de morrer envenenado com polônio
Natasja Weitsz/Getty Images/Arquivo
Litvinenko, foi um agente da KGB (posteriormente, a agência mudou de nome para FSB) que virou um delator e um crítico do governo de Vladimir Putin. Ele foi envenenado com um agente raro, caro e altamente tóxico, o isótopo de polônio 210.
Litvinenko foi envenenado ao conhecer Andrei K. Lugovoi, um ex-guarda-costas da FSB, em um bar de um hotel em Londres, na Inglaterra, em 2006.
A Justiça do Reino Unido concluiu que o polônio usado no envenenamento provavelmente saiu de um reator de energia russo, e que havia motivos fortes para que organizações e pessoas do governo russo tomassem ação.
Vladimir Kara-Murza
Imagem sem data de Vladimir Kara-Murza
Twitter/Vladimir Kara-Murza
Kara-Murza é um político de oposição. Ele afirma que houve tentativas de envenená-lo em 2015. Um laboratório alemão identificou altos níveis de mercúrio, cobre, manganésio e zinco no corpo dele. O governo russo nega qualquer envolvimento com esses intoxicantes.
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Fonte: G1