Em declaração recente, o porta-voz do Ministério das Relações exteriores da Rússia disse que a simples ideia de uma guerra entre os dois países 'é inaceitável'. Veículos militares russos durante exercício militar na região de Rostov, nesta quarta-feira (26).
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Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse nesta quinta-feira (27) que até mesmo a ideia de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia "é inaceitável". Essa foi a mais uma das declarações oficiais com o objetivo de eliminar os temores de uma iminente invasão russa ao país vizinho.
"Já afirmamos repetidamente que nosso país não pretende atacar ninguém. Consideramos inaceitável até mesmo o pensamento de uma guerra entre nosso povo", disse Alexei Zaitsev, porta-voz do ministério.
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Mais cedo nesta quinta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, saudou as negociações entre quatro partes com Rússia, França e Alemanha como significativas e afirmou que os deixa a um passo para a paz, segundo comunicado divulgado por seu gabinete.
"O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, avalia positivamente o fato da reunião, sua natureza construtiva, bem como a intenção de continuar conversações significativas por duas semanas em Berlim", disse ele.
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em Kiev.
Gleb Garanich/REUTERS
Na última quarta-feira (26), os Estados Unidos entregaram uma carta-resposta à Rússia sobre sua relação com a Ucrânia. Após receber o documento, representantes do Estado russo se posicionaram.
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, avaliou que os americanos ignoraram sua "principal reivindicação" em matéria de segurança.
"Não houve resposta positiva para a questão principal", disse o oficial sobre os documentos que Moscou recebeu de Washington.
A Rússia deseja que a Aliança Atlântica (OTAN) não se amplie, especialmente para a Ucrânia.
"A questão principal é a nossa posição clara sobre o caráter inaceitável da continuação da expansão da Otan para o leste e o envio de armas que podem ameaçar o território russo", afirmou Lavrov em um comunicado, denunciando, mais uma vez, a "expansão desenfreada" da organização, apesar das promessas feitas a Moscou na década de 1990.
Na nota, ele reconheceu, porém, que "há uma reação que permite esperar o início de uma discussão séria sobre questões secundárias".
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Por outro lado, a Ucrânia recebeu positivamente a resposta dos Estados Unidos, conforme declaração de seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, também nesta quinta.
"Vimos a resposta por escrito dos Estados Unidos antes que fosse entregue à Rússia. Não houve objeções por parte da Ucrânia", tuitou Kuleba.
"É importante que os Estados Unidos sigam em contato com a Ucrânia antes e depois de todas as trocas que tiver com a Rússia. Não deve haver decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Regra de ouro", frisou.
Importante aliado militar da Rússia, o vice-ministro da Defesa de Belarus Viktor Gulevich, já anunciou que as tropas de Putin deixarão o país assim que o exercício militar terminar.
Fonte: G1