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Legado de pesquisadores mineiros tem impacto dentro e fora de MG

Por Jr Blitz

01/11/2021 às 04:35:30 - Atualizado há
Tradição de Minas em C&T segue contribuindo com melhora da qualidade de vida Na história da Ciência e Tecnologia brasileira e mundial há um capítulo extenso dedicado a Minas Gerais. O estado concebeu alguns dos cérebros mais aptos a descobrir soluções para proteger e evoluir a sociedade.

Vital Brazil, o sanitarista internacionalmente famoso por ter desenvolvido os soros antiofídicos que salvam milhões de vidas no mundo, era mineiro de Campanha. Carlos Chagas, o pesquisador mundialmente respeitado pela descoberta da doença de Chagas, provocada por um protozoário até então desconhecido, nasceu em Oliveira. Marcos dos Mares Guia, bioquímico de Santa Bárbara, foi quem comandou os estudos que resultaram no desenvolvimento da insulina recombinante, considerada um grande avanço no tratamento do diabetes. Djalma Guimarães, geocientista de Santa Luzia, descobriu, em Araxá, jazidas de nióbio, o elemento raro usado na construção de foguetes a máquinas de ressonância magnética, com 98% das reservas do planeta localizadas no Brasil.

Do passado ao presente, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveram um "nanoscópio", equipamento óptico que revela imagens 1 bilhão de vezes menor que o metro - invenção que estampou, em fevereiro de 2021, a capa da revista científica britânica Nature. Paralelamente, nascia também com sotaque mineiro outra resposta a uma das grandes perguntas da atualidade: a primeira vacina brasileira contra a Covid-19 (SpiNtec), desenvolvida por cientistas da UFMG e parceiros.

“Minas tem universidades importantes e instituições de grande tradição e pesquisa, como as Fundações Ezequiel Dias (Funed) e Oswaldo Cruz (Fiocruz Minas). No ranking mundial dos cem mil cientistas mais influentes, o Brasil aparece com 600 deles, dos quais 47 são mineiros. Há muita capacidade no estado para criar soluções relevantes mas, como em todo o País, nossa C&T necessita ter mais incentivos e mais recursos”, ressalta Cristiana Ferreira Alves de Brito, secretária regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em Minas Gerais (SBPC-MG).

Craques

A boa estrutura de ensino e pesquisa em Minas torna o estado preparado para basear seu desenvolvimento econômico e social em Ciência e Tecnologia, indo além da produção de commodities. É a opinião de Paulo Sérgio Lacerda Beirão, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG): “Temos muitos craques e não escalar esse time para encontrar as soluções que precisamos é um desperdício. É preciso mudar a mentalidade que ainda há no Brasil de buscar respostas prontas no exterior. Fazer Ciência é um processo demorado, os pesquisadores precisam de tempo e apoio para que possam gerar resultados que levarão aos produtos inovadores”.

Para ilustrar, Beirão recorre a um marco no cenário nacional: “Na década de 60, o Brasil importava alimentos e a terra do Cerrado era considerada improdutiva. Com o conhecimento de pesquisadores, muitos deles mineiros das universidades de Viçosa e Lavras, aquelas terras foram adaptadas para a agricultura e a soja foi introduzida. Bastou deixar de lado as práticas agrícolas de climas temperados, corrigir o solo e estudar a cultura mais adequada, e a resposta apareceu. O que vemos hoje é uma região altamente produtiva, mas foi preciso ter paciência.”

Gettyimages

Melhorando o entorno

Das grandes questões do país e da humanidade, aos problemas locais. Os Institutos Federais, que reúnem os ex-CEFETs e as Escolas Agrotécnicas, contribuem com C&T nas comunidades em que estão inseridos, distribuídos em 70 municípios de Minas Gerais.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), por exemplo, já colocou seus saberes à serviço de regiões como a de Piumhi (do campus, saíram duas patentes de produtos para a construção civil) e Formiga (foi desenvolvido um semáforo inteligente que "abre e fecha" a partir de um sensor).

“Os cursos técnicos e superiores nascem, em geral, de rodadas de discussões com a comunidade, a prefeitura, lideranças locais e empresários. É uma forma de organizar a formação profissional baseada na realidade local, o que faz a pesquisa e a extensão virem na esteira, melhorando o entorno”, diz Fernando Braga, pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação do IFMG.

Fonte: G1
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