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Mulheres trans são eleitas para o Parlamento da Alemanha pela primeira vez


Em Berlim, onde uma mulher foi eleita pela primeira vez, os eleitores aprovaram uma proposta para expropriar os grandes donos de imóveis para locação —o governo, no entanto, não é obrigado a concretizar a proposta. Tessa Ganserer, uma das duas mulheres trans eleitas na Alemanha, em imagem de 6 de julho de 2021

Andreas Gebert/Reuters

Pela primeira vez a Alemanha terá duas mulheres transgênero no Parlamento: duas candidatas do Partido Verde, Tessa Ganserer e Nyke Slawik, foram eleitas no domingo (26).

As pessoas transexuais e seus aliados querem alterar leis que têm mais de 40 anos no país a respeito de como alterar legalmente o gênero.

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Pelas regras atuais, as pessoas trans precisam ser submetidas a um diagnóstico mental para mudar seu gênero. Os críticos dizem que esse processo gera estigma e desgaste.

Além disso, há custos —para essa mudança legal é preciso gastar pelo menos 1.800 euros, mas o valor pode ser bem maior.

Eles propõem que as pessoas possam identificar seu próprio gênero.

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Projetos semelhantes a esse já foram apresentados —uma vez pelo próprio Partido Verde, outra pelo Partido Liberal. Nas duas vezes, o Parlamento não aprovou a medida.

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Os dois partidos prometeram, durante a campanha, que vão continuar a apresentar propostas para que as pessoas possam identificar o próprio gênero.

Expropriação de grandes proprietários de imóveis

A cidade de Berlim aprovou, nas eleições de domingo, uma proposta para que grandes proprietários de imóveis para locação sejam expropriados —a vitória da ideia nas urnas, no entanto, não obriga a prefeitura a tomar a ação.

Cerca de 56% dos eleitores votaram a favor da proposta, e 39% foram contrários.

Duas empresas dominam o mercado de imóveis no país: Vonovia e Deutsche Wohnen.

Vonovia, a maior, tem planos para comprar a rival —com isso, ela pode ter uma carteira de cerca de 550 mil apartamentos no país

Os direitos dos inquilinos foram um tema da campanha, especialmente em Berlim, que é, tradicionalmente, uma cidade que vota mais na esquerda.

O grupo que fez a campanha pela expropriação quer que a prefeitura passe a controlar cerca de 240 mil apartamentos.

Berlim tem a primeira prefeita mulher

Os resultados iniciais mostram que os sociais-democratas (SPD) tiveram mais votos na cidade de Berlim. A líder regional do SPD é Franziska Giffey, que deve se tornar a primeira prefeita da capital alemã.

Berlim já teve um prefeito abertamente gay, mas nunca foi governada por uma mulher.

Giffey, de 43 anos, já foi ministra da Família do governo de Angela Merkel. Ela vai suceder um outro prefeito do SPD, que não quis concorrer.

Durante a campanha, ela afirmou que era contra a proposta de expropriação, mas que os resultados devem ser respeitados. O governo de Berlim deverá fazer um projeto de lei que deverá ser avaliado para checar se há constitucionalidade na medida.

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