Países se reuniram em Pequim nesta sexta-feira (14) para discutir pressão do governo dos EUA a Teerã. Presidente americano quer desnuclearizar iranianos. China e Rússia apoiaram o Irã e defenderam o programa nuclear do aliado nesta sexta-feira (14), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump exigir novas negociações nucleares com Teerã. Diplomatas chineses e russos afirmaram que o diálogo só deve ser retomado com base no "respeito mútuo" e que todas as sanções devem ser suspensas.
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Em um comunicado conjunto após reuniões em Pequim, China e Rússia também afirmaram que acolhem a reafirmação do Irã de que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e que o direito de Teerã ao uso pacífico da energia nuclear deve ser "totalmente" respeitado.
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Em 2015, o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca do fim das sanções internacionais, em um acordo com os EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha. No entanto, em 2018, Donald Trump, um ano após assumir a presidência dos EUA, retirou o país do pacto.
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"As partes envolvidas devem se comprometer a abordar a raiz do problema atual e abandonar sanções, pressões ou ameaças de força", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, após a reunião.
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China, Rússia e Irã também enfatizaram a necessidade de encerrar todas as sanções unilaterais consideradas "ilegais", segundo Ma.
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A reunião de Ma com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, e o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi, ocorreu dias após Teerã rejeitar as "ordens" dos EUA para retomar o diálogo sobre seu programa nuclear.
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Na semana passada, Trump afirmou ter enviado uma carta ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, propondo negociações nucleares, acrescentando que "há duas maneiras de lidar com o Irã: militarmente ou por meio de um acordo".
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O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, respondeu que não negociaria com os EUA enquanto fosse "ameaçado" e que o Irã não se curvaria a "ordens" de Washington.
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A tensão aumentou ainda mais depois que seis dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU — EUA, França, Grécia, Panamá, Coreia do Sul e Reino Unido — realizaram uma reunião a portas fechadas nesta semana para discutir o programa nuclear iraniano. Teerã classificou o encontro como um "uso indevido" do Conselho de Segurança da ONU.
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A China também criticou a reunião. O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou nesta sexta-feira que a "intervenção precipitada" do Conselho não ajudava a construir confiança.
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Apesar da retórica desafiadora de Teerã, negociar com os EUA para um novo acordo nuclear pode ser a opção mais pragmática, considerando as sanções que prejudicam a economia iraniana e alimentam o descontentamento público, segundo autoridades iranianas.
Fonte: G1.