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Aposentados, que fazem marcha semanal por melhores condições de salários, receberam apoio de torcedores de futebol. Governo minimizou protesto e atrelou participantes a movimentos de esquerda. Polícia argentina reprime protesto de aposentados e torcidas organizadas em Buenos AiresAgentes de segurança da Argentina entraram em confronto com manifestantes durante um protesto de aposentados contra o governo de Javier Milei, na tarde desta quarta-feira (12), em Buenos Aires. A mobilização, que ocorre semanalmente em frente ao Congresso, ganhou força com a adesão de torcedores de futebol organizados.? Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsAppOs aposentados reivindicam reajustes nas pensões e alegam que perderam poder de compra devido à inflação e às recentes medidas econômicas do governo. A presença de torcidas organizadas levou o Ministério da Segurança Nacional a endurecer medidas para conter possíveis conflitos. Em comunicado, o governo alertou que qualquer pessoa envolvida em atos violentos ou bloqueios de vias poderia ser detida.O porta-voz do governo, Manuel Adorni, minimizou a manifestação, afirmando que se tratava de "uma marcha de barrabravas [torcedores organizados] seguramente de esquerda, com convocação baixa, muito baixa ou nula".De acordo com a imprensa argentina, a confusão começou quando policiais tentaram desbloquear uma rua ocupada pelos manifestantes. Imagens registraram participantes atirando objetos contra as forças de segurança, que responderam com jatos d'água e gás lacrimogêneo. Veículos e contêineres foram incendiados.A confusão começou após os policiais iniciarem uma ação para desbloquear uma rua ocupada pelos manifestantes e montar um cordão para impedir o avanço para o Congresso, segundo o jornal Clarín.Imagens mostraram participantes do protesto jogando objetos contra a polícia, que reagiu com jatos de água e gás lacrimogêneo. Um veículo foi incendiado.O Clarín informou que ao menos quatro manifestantes foram presos, mas até o momento não há um balanço oficial da polícia. Dois agentes da polícia ficaram feridos.Os protestos dos aposentados têm sido frequentes e marcados por repressão policial. Recentemente, torcidas organizadas anunciaram apoio às manifestações, o que ampliou o atrito com o governo Milei. Em resposta, a administração argentina determinou que torcedores envolvidos em bloqueios de vias poderiam ser impedidos de entrar nos estádios de futebol.LEIA TAMBÉM'Eles mataram Diego': a comoção na Argentina com início de julgamento sobre morte de MaradonaExame de raio X confirma melhora do papa Francisco, diz VaticanoTarifaço dos EUA: Brasil lamenta decisão de Trump, considera medida 'injustificável' e diz que avaliará açõesPolícia entra em confronto com manifestantes na ArgentinaREUTERS/Agustin MarcarianSituação dos aposentadosDesde que assumiu o poder, Milei tem implementado uma política de austeridade nos gastos públicos. Em março do ano passado, o presidente publicou um decreto determinando que as aposentadorias fossem reajustadas mensalmente com base no dado mais recente da inflação.Mesmo que os índices de inflação tenham recuado nos últimos meses, os aposentados reclamam que perderam poder de compra e estão com os salários defasados. Eles também argumentam que, quando a nova fórmula de reajuste foi imposta, a moeda argentina já tinha sofrido uma desvalorização de 50%.Além da mudança no reajuste dos salários, o governo também modificou o plano de saúde da seguridade social dos aposentados e restringiu a distribuição gratuita de medicamentos."Os aposentados estão vivendo o pior ataque às conquistas sociais. Nem com (o ex-presidente Maurício) Macri nem com outros foi pior", disse José Montes, um aposentado de 75 anos que participou do protesto desta quarta-feira em uma cadeira de rodas.Em fevereiro, um aposentado recebeu o equivalente a cerca de R$ 1.800. Em Buenos Aires, o custo da cesta básica para um idoso — que inclui moradia, alimentação, medicamentos, entre outros — ultrapassa o dobro desse valor, segundo a Defensoria da Terceira Idade.Torcedor usa máscara de Messi durante protesto de aposentados em Buenos AiresREUTERS/Agustin MarcarianVÍDEOS: mais assistidos do g1