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Brasil vê com 'grande satisfação' decisão dos EUA de retirar Cuba de lista de países que patrocinam terrorismo, diz Itamaraty

Anúncio da retirada da lista foi feito nesta terça pela Casa Branca e acontece a uma semana do fim do mandato do presidente Joe Biden.


Foto: G1 - Globo
Anúncio da retirada da lista foi feito nesta terça pela Casa Branca e acontece a uma semana do fim do mandato do presidente Joe Biden. Só que o sucessor, Donald Trump, foi quem incluiu Cuba na lista, em 2021. O Ministério das Relações Exteriores afirmou nesta terça-feira (14) que o Brasil vê com "grande satisfação" a decisão do governo dos EUA de retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo.

O anúncio foi feito nesta terça pela Casa Branca e acontece a uma semana do fim do mandato do presidente Joe Biden, que será sucedido pelo presidente eleito Donald Trump.

Fiéis peregrinam rastejando ou de joelhos pelas ruas de Cuba em homenagem a São Lázaro

"O governo brasileiro recebeu, com grande satisfação, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar sua designação unilateral de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo, suspender a aplicação do Título III da Lei Helms-Burton e eliminar restrições para o relacionamento entre indivíduos e entidades norte-americanos com congêneres cubanos", afirmou o Itamaraty.

Em 2021, o então presidente americano Donald Trump — que assume a Casa Branca na próxima semana — decidiu incluir Cuba na lista de países patrocinadores de terrorismo. Antecessor de Trump, Barack Obama havia retirado o país da lista.

À época, o então secretário de Estado, Mike Pompeo, disse que Cuba havia voltado para a lista por apoiar Nicolas Maduro e proteger fugitivos dos Estados Unidos, além de colombianos.

Para o Itamaraty, a medida anunciada nesta terça vai "no sentido correto" e representa "ato de reparação e de restabelecimento da justiça e do direito internacional".

"O governo brasileiro faz votos de que essas medidas possam apontar o caminho para um padrão de relacionamento construtivo entre Cuba e Estados Unidos, baseado no diálogo, na cooperação e no respeito às normas internacionais", completou o governo brasileiro.

Ainda na nota, o Itamaraty afirmou que o Brasil "sempre" defendeu em diálogos com o governo dos EUA ser "injusta e injustificada" a manutenção de Cuba na lista.

"É de amplo conhecimento que Cuba colabora ativamente para a promoção da paz, do diálogo e da integração regional", concluiu o governo.

Defesa de Cuba na ONU

Em outubro do ano passado, ao discursar na Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu não só a retirada de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, pelos EUA, mas também o fim do embargo econômico.

"Instamos os Estados Unidos a reconsiderarem sua política sobre Cuba: eliminar as sanções, retirar Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo e fomentar um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência", disse o chanceler brasileiro na ocasião.

O embargo que os EUA impuseram sobre Cuba impede a maioria das trocas comerciais.

Por meio de duas leis, uma de 1992 e outra de 1996, o governo americano proíbe, por exemplo, o envio de alimentos ao país caribenho (exceto em casos de ajuda humanitária) e torna passível de punição judicial empresas nacionais e estrangeiras que tenham relações financeiras com a ilha.

G1

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