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Dyab Abou Jahjah

Juíza determina, a pedido de fundação mantida por ex-membro do Hezbollah que debochou do 11 de setembro, que PF investigue um soldado israelense que está de férias no Brasil

Imagem ilustrativa por IDF Spokesperson’s UnitBRASÍLIA, 5 de janeiro — A juíza federal Raquel Soares Chiarelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou, durante seu plantão no último dia 30/12/2024, que a Polícia Federal (PF) investigue um militar das Forças de Defesa de Israel, que está é passando férias no Brasil, por "crimes de guerra" em Gaza, acusado de participar, em novembro de 2024, da demolição (explosão controlada de ambiente evacuado por batalhão de engenharia) de um bloco de prédios utilizado pelo grupo terrorista Hamas, que, segundo a ação movida pela Fundação Hind Rajab (HRF), abrigava civis palestinos deslocados pela guerra.


Imagem ilustrativa por IDF Spokesperson’s Unit

BRASÍLIA, 5 de janeiro — A juíza federal Raquel Soares Chiarelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou, durante seu plantão no último dia 30/12/2024, que a Polícia Federal (PF) investigue um militar das Forças de Defesa de Israel, que está é passando férias no Brasil, por "crimes de guerra" em Gaza, acusado de participar, em novembro de 2024, da demolição (explosão controlada de ambiente evacuado por batalhão de engenharia) de um bloco de prédios utilizado pelo grupo terrorista Hamas, que, segundo a ação movida pela Fundação Hind Rajab (HRF), abrigava civis palestinos deslocados pela guerra.

A Fundação Hind Rajab, sediada na Bélgica, descreve-se oficialmente como uma entidade que atua globalmente na denúncia de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidos na Palestina.

A organização foi fundada e é liderada por Dyab Abou Jahjah, ex-integrante do Hezbollah, que ainda defende publicamente o grupo terrorista e partido político libanês em suas redes sociais e que já descreveu o ataque terrorista de 11 de setembro como uma "doce vingança".

Postagem de Dyab Abou Jahjah em suas redes sociais pessoais logo após acontecer um ataque terrorista em Jerusalém; "Por todos os meios necessários" – Essa postagem resultou em sua demissão de um jornal belga

Durante o ataque de 7 de outubro, Dyab usou suas redes sociais para chamar o grupo terrorista Hamas de "combatentes da resistência palestina", para compartilhar a mensagem do porta-voz do Hamas de que os reféns deveriam ser tratados de forma humana, salientando que violações obviamente aconteceriam e que "focar nisso tiraria o foco do cenário maior", e retweetou uma postagem de uma mulher que dizia sentir "arrepio" (de emoção) ao exibir uma imagem de uma das grades arrancadas pelo Hamas para invadir Israel.

Meses após o 7 de outubro, Dyab também usou suas redes sociais pessoais para expressar revolta pelas mortes dos líderes do Hamas e do Hezbollah.

Após a morte de Yahya Sinwar, o segundo líder morto do Hamas, Dyab postou: "Você [Israel] pode matar os líderes da resistência; A morte deles será um testemunho contra você. Pois a história escreverá: eles se levantaram, disseram não, mostraram o caminho. Milhões seguirão o caminho deles, centenas de milhões. Seu poder desaparecerá, seu domínio terminará, e você também. Está fadado."

Após a morte do líder do Hezbollah, Dyab, em uma postagem de homenagem, disse que teve a oportunidade de conhecê-lo e que "Sayed Hassan Nasrallah nunca será esquecido. Ele é um líder histórico da resistência.

"Tive o privilégio de conhecer o Sayed Nasrallah uma vez, em 2001. Conversamos por apenas uma hora, mas sua aura, sorriso, brilhantismo e bondade são inesquecíveis. Tenho sorte de ter vivido em sua era e testemunhado sua liderança. Dizemos Alhamdulilah por tudo. Nossos mártires não são nossa fraqueza ou vergonha, são nosso orgulho e força. E entre nossos mártires, ele é o príncipe. Que Deus abençoe sua alma, senhor. A luta continua." -Dyab Abou Jahjah

A organização de Dyab possui um histórico de apresentar inúmeras ações legais sem sucesso ao redor do mundo – colecionando engajamento online –, além de registrar várias denúncias no Tribunal Penal Internacional contra diversas pessoas associadas a Israel, incluindo jornalistas.

Além de Dyab, a organização é também liderada por Karim Hassoun, que já foi fotografado pela mídia internacional usando um boné do Hezbollah e participando de velórios de membros do grupo, além de publicar em suas redes sociais, coincidentemente criadas em outubro de 2023, defesas pelo fim de Israel e homenagens aos líderes mortos do Hamas.

Homenagem ao primeiro (deste conflito) líder morto do Hamas Ismail Haniyeh

Além da investigação solicitada pela juíza, a fundação, representada no Brasil pela advogada Maira Pinheiro, busca a prisão do soldado israelense, citando o Tribunal Penal Internacional (TPI), com base em um suposto risco de fuga ou destruição de provas.

Não está claro como a Polícia Federal brasileira realizará diligências para investigar quem utilizava os prédios demolidos em Gaza e a motivação da demolição, já que não existem investigações abertas por agências competentes no local nem sentenças do Tribunal Penal Internacional — e não haverá — sobre este caso específico.

O governo de Israel ainda não se pronunciou sobre o assunto e provavelmente não o fará (esse tipo de ação geralmente é ignorada em outros países).

A fundação tem utilizado suas redes sociais nesta tarde para afirmar que o governo israelense está tentando "retirar furtivamente" seu soldado do Brasil, apesar de não haver um mandado de prisão contra ele.

Relevante: A última vez que a juíza Raquel Soares Chiarelli ganhou destaque na mídia nacional foi em março de 2020, quando determinou que o Hospital das Forças Armadas (HFA) fornecesse ao governo do Distrito Federal a lista completa de pacientes infectados pelo coronavírus, incluindo membros da comitiva presidencial do ex-presidente Jair Bolsonaro, que na ocasião negou estar infectado após retornar ao Brasil de uma viagem aos EUA. A magistrada chegou a impor uma multa de R$ 50 mil ao diretor do hospital por cada paciente cuja informação fosse retida.


(Matéria em atualização)

O Apolo Brasil

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