Rogério Barba nasceu em São Paulo, foi criado em um abrigo e viveu nas ruas por 25 anos. Em Brasília, ele criou o Instituto Barba na Rua que atende pessoas em vulnerabilidade 24h por dia. Instituto Barba celebrou fim de 2024 com churrasco e sorteio de bicicletas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Nathalia Sarmento g1
De um prato de comida a uma moradia ou acolhimento, o Instituto Barba na Rua atua desde 2015 com vários tipos de atendimentos à pessoas em situação de rua no Distrito Federal e no entorno do DF. ????
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O projeto foi inspirado na vivência do fundador, Rogério Barba. O paulista, criado até os 18 anos em um orfanato – como se chamavam as instituições de acolhimento para crianças – começou a usar drogas assim que saiu do local, e viveu na rua por 25 anos (saiba mais abaixo).
Em Brasília, após "mais uma" internação para tratar a dependência química, Barba resolveu criar um projeto social para apoiar pessoas como ele. Atualmente, o instituto é coordenado por três pessoas que saíram das ruas e 50 voluntários, funciona 24h, sem apoio governamental, e oferece:
Banho comunitário
Doações de móveis e roupas
Distribuição de marmitas
Apoio psicológico
"A gente não só ajuda com uma prática momentânea, a ideia é observar quem dessas pessoas em vulnerabilidade quer de fato sair das ruas, se reconectar com a família, arranjar um emprego e virar a página", conta Barba.
???? No final de 2024, o Instituto Barba na Rua promoveu um evento para saudar o Ano Novo, na Esplanada dos Ministérios. De acordo com Barba, 250 pessoas em situação de rua almoçaram no local (veja vídeo abaixo).
De passo em passo, a história de Barba
Instituto Barba distribui marmitas em ação de comemoração ao Ano Novo
Rogério Barba foi abandonado pelos pais e cresceu em uma instituição de acolhimento até completar 18 anos. Ao sair, começou a viver nas ruas onde mergulhou no mundo das drogas.
Ele conta que foram 14 internações até conseguir vencer a dependência. A última delas foi a que "virou a chave", e onde dois pontos foram essenciais para querer mudar de vida:
Saúde mental: Depois de ter passado por várias internações e medicamentos, Barba percebeu a importância da saúde mental. Durante o último acolhimento, ele teve apoio psicológico e diz que aprendeu como ter autocontrole.
Acolhimento: Barba recebeu apoio de Elvira, que o resgatou das ruas e o visitava toda semana durante a última internação. Ele conta que essa parceria foi fundamental, um apoio que nunca tinha recebido antes.
Depois de 1 ano e 8 meses de acolhimento em um projeto social, sendo acompanhado por Elvira, que hoje chama de "mãe", Barba voltou para as ruas do DF. Mas, desta vez, para ajudar.
A criação do Instituto Barba na Rua e a fome que assombrava 'os colegas'
O Instituto Barba ganhou forma aos poucos. A ideia era deixar que as pessoas em situação de rua se aproximassem.
Barba conta que todo sábado, desde que se recuperou, o ritual é o mesmo: ir ao Setor Comercial Sul, na região central de Brasília, conversar com as pessoas que ele chama de "colegas" e incentivar cada um a vencer as drogas.
Um dos momentos mais difíceis foi durante a pandemia de Covid-19, lembra Barba. "A comida ficou escassa até mesmo no lixo", diz ele.
Quando viu que a fome colocava em risco todo trabalho de aproximação e ressignificação na vida dos "colegas", Barba decidiu ir às ruas e cozinhar para quem não conseguia mais ter uma única refeição ao dia.
"Fiz uma cozinha improvisada em um prédio abandonado da Comercial Sul e servíamos refeições todos os dias. A gente era menosprezado, a sociedade não nos enxergava, não queria ajudar", lembra Barba.
Ônibus de banho
Voluntário do Instituto Barba, no DF, mostra como funciona ônibus de banho.
Outra conquista do instituto é um ônibus de banho. O veículo passa diariamente pelos pontos mais vulneráveis do Distrito Federal e oferece banhos gratuitos. ????????
Com capacidade para mil litros de água, o ônibus tem ainda sabonete, xampu, toalhas limpas e roupas doadas para quem precisa (veja vídeo acima).
Barba fala da importância de banheiros e água potável para pessoas em situação de rua.
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Fonte: G1