G1
Encarregado de coordenar a deportação em massa, Tom Homan diz que caberá aos pais que estejam ilegais no país decidirem se devem se separar ou não dos filhos, ao serem expulsos. Tom Homan vai ter como missão deportar imigrantes ilegais de volta para o país de origemJornal Nacional/ ReproduçãoDos indicados até agora pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para ajudá-lo no segundo mandato, o futuro czar da fronteira, Tom Homan, é um dos que mais aparecem na imprensa, sem medo de expor a missão que lhe foi delegada pelo chefe: deportar em larga escala os imigrantes sem documentos.Ex-diretor do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE na sigla em inglês) no primeiro governo de Trump, ele antecipou ao jornal "The Washington Post" que voltará a manter famílias em centros de detenção. A prática foi interrompida no início do governo Biden, que fechou os 3 mil leitos que mantinha em centros residenciais do ICE.Homan assegurou ao jornal que os pais que estejam no país irregularmente serão deportados, ainda que tenham filhos pequenos nascidos nos EUA e reconhecidos pela Constituição como cidadãos americanos. A decisão sobre deixar o país juntos ou separados ficará a cargo da família."Você sabia que estava no país ilegalmente e escolheu ter um filho. Então você colocou sua família nessa posição", ponderou. Homan quer incrementar uma campanha para manter a família junta na deportação, pois sabe que não pode expulsar os filhos nascidos no país.Ele foi um dos arquitetos da política do ICE, onde trabalhou por 35 anos até se aposentar, que promoveu a separação de mais de 4 mil filhos de seus pais, ao longo da fronteira dos EUA com o México. Na época, o plano era desestimular as famílias a cruzarem a fronteira americana. Os que entravam no país eram deportados e os filhos — alguns com meses de vida — ficavam sob custódia do governo.Homan admitiu que para restabelecer a política de manter as famílias em centros de detenção, as autoridades de imigração precisarão de leitos. Em uma entrevista recente à CNN, estimou que a operação será onerosa e que serão necessários ao menos 100 mil leitos para justificar a deportação em massa de imigrantes prometida por Trump.A menos de um mês de tornar-se czar da fronteira, ele antecipou que a Casa Branca exigiria inicialmente do Congresso US$ 86 bilhões para lançar o plano, sob a garantia que o esforço seria compensado em uma economia "de bilhões de dólares em dinheiro dos contribuintes".A verba seria destinada inicialmente à expulsão de imigrantes envolvidos em crimes. Com o aval de Trump e sem o risco de ser barrado pelo Congresso — seu cargo não necessita da confirmação do Senado — Homan discorre sem pudor sobre a implementação das políticas agressivas de imigração do futuro governo. A essência permanece, mas a lógica agora será a de manter a família unida na deportação.