Após regime de Bashar al-Assad ser derrubado por ofensiva rebelde iniciada há menos de duas semanas, sírios comemoram dentro e fora do país. No Líbano, muitos dizem que seu único desejo agora é voltar para casa. Em clima de alegria, refugiados sírios no Líbano voltam ao país de origem
Depois que o regime de Bashar al-Assad foi derrubado em uma ofensiva rebelde iniciada há menos de duas semanas, os sírios estão comemorando dentro do país – e também no exterior. No Líbano, entre alegria e tristeza por tudo que ficou para trás, muitos dos que fugiram do conflito revelam agora que seu único desejo é voltar a rever seu país.
Alguns ainda eram pequenos quando foram obrigados a deixar a Síria para trás: "Quando eu saí, eu era um garotinho, fiquei sem teto. E agora estou voltando. Espero que nosso país continue liberado. "Estamos voltando para o nosso país (...). Não é o país de Assad, não é o país do Irã, não é o país da Rússia, mas o nosso país", diz um outro refugiado.
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Nesta segunda (9), países europeus já anunciaram a suspensão dos pedidos de asilo de cidadãos sírios.
Até o momento, Áustria, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega, Reino Unido e Turquia já anunciaram algum tipo de medida para interromper vistos de refúgio ou incentivar a volta de sírios.
O grupo rebelde jihadista HTS tomou a capital síria Damasco neste final de semana e derrubou o governo de Bashar al-Assad. O ditador se mantinha no poder com apoio militar de aliados como a Rússia e o Irã.
A guerra civil na Síria começou em 2011 e, nos últimos quatro anos, parecia estar adormecida. Após um período sangrento de confrontos, que deixaram cerca de 500 mil mortos e causaram um enorme êxodo de sírios, o ditador conseguiu manter o controle sobre a maior parte do território graças ao apoio da Rússia, do Irã e da milícia libanesa Hezbollah.
No entanto, agora a Rússia está em guerra com a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses.
A tomada de Damasco sem resistência governista e a fuga do ditador para a Rússia encerram 24 anos do regime de Bashar al-Assad, e mais de 53 anos da família Assad no poder.
A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira para discutir a questão na Síria a partir das 17h, no horário de Brasília.