As autoridades austríacas anunciaram nesta segunda-feira (9), no dia seguinte à queda do governo de Bashar al-Assad na Síria, que suspendeu as solicitações de asilo dos refugiados desse país e que prepara "um programa de deportação".
"A partir de agora serão congelados todos os procedimentos [de asilo] em curso", afirmou o Ministério do Interior em um comunicado.
Também foram dadas instruções para "preparar um programa organizado de repatriação e deportação para a Síria", detalhou o ministro do Interior, Gerhard Karner.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, afirmou que dada "a atual incerteza", o gabinete federal de imigração e refugiados "decretou hoje um congelamento das decisões relativas aos processos de asilo atualmente em curso" para os sírios.
A Alemanha, país com a maior comunidade síria na União Europeia, acolheu quase um milhão de sírios durante o mandato da ex-chanceler Angela Merkel.
"Muitos refugiados que encontraram proteção na Alemanha têm agora finalmente esperança de retornar à sua pátria síria e reconstruir o seu país", disse Faeser em um comunicado. "A situação na Síria é atualmente muito complicada", reconheceu, no entanto.
Segundo o Ministério do Interior, 974.136 pessoas de nacionalidade síria residem atualmente na Alemanha.
Destes, 5.090 foram reconhecidos com direito a asilo, 321.444 obtiveram o status de refugiado e 329.242 receberam proteção subsidiária, o que implica uma suspensão temporária da deportação. Dezenas de milhares de outros casos permanecem pendentes.
A Áustria é um dos países que mais acolheu sírios na Europa. Cerca de 7.300 dos quase 100.000 sírios que vivem no país são afetados por esta decisão.
O Ministério do Interior austríaco indicou que os casos de pessoas a quem já foi concedido asilo também seriam reexaminados. O reagrupamento familiar também será suspenso.
Desde 2015, cerca de 87 mil sírios receberam uma resposta positiva ao seu pedido de asilo na Áustria, país de nove milhões de habitantes.
Mas o chefe do governo conservador, Karl Nehammer, reforçou as medidas nos últimos anos em um contexto de ascensão da extrema direita, que venceu as eleições parlamentares pela primeira vez no final de setembro.
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