Rebeldes entram em Damasco sem resistência enquanto Assad deixa a capital, dizem fontes. O presidente sírio Bashar al-Assad se nega a deixar o poder enquanto as facções rebeldes seguem lutando contra o seu regime
Reuters/Via BBC
O chefe do principal grupo de oposição da Síria no exterior, Hadi al-Bahra Sírio, disse no início deste domingo (8) que Damasco está agora "sem Bashar al-Assad", segundo informações das agências Reuters e Associated Press.
Assad voou de Damasco para um destino desconhecido, disseram dois oficiais graduados do Exército à Reuters, enquanto os rebeldes afirmavam ter entrado na capital sem nenhum sinal de mobilização do Exército.
Milhares de pessoas em carros e a pé se reuniram na praça principal de Damasco, acenando e gritando "Liberdade", disseram testemunhas.
Poucas horas antes, os rebeldes anunciaram que tinham obtido o controle total da importante cidade de Homs, após apenas um dia de combates, deixando o governo de 24 anos de Assad por um fio.
Entenda o conflito
Rebeldes extremistas chegam à terceira maior cidade da Síria e avançam em direção à capital
A capital Damasco é palco dos momentos decisivos na Síria que podem selar a queda do ditador Bashar al-Assad, no poder há 24 anos.
Segundo relatos de moradores de Damasco publicados pela imprensa internacional nas últimas horas, há membros das forças rebeldes circulando nos arredores da cidade e tiroteios ocorrendo em alguns pontos.
A agência Reuters informou que os rebeldes dizem estar entrando em Damasco sem resistência das Forças Armadas.
Neste sábado (6), o governo sírio acusou os insurgentes de espalharem informações falsas sobre o conflito para aterrorizar a população e criar instabilidade.
O ministro do Interior disse que há um "cordão militar" para proteger Damasco. Não há informações sobre o paradeiro de Assad. Durante a semana, a imprensa americana noticiou que Egito e Jordânia haviam recomendado a ele sair do país.
Em uma ofensiva iniciada há apenas 10 dias a partir do norte, forças lideradas pelo movimento extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, conquistaram as cidades de Aleppo e Homs e marcharam rumo à capital, que está mais ao sul. Outras frentes opositoras partiram do sul e do leste, numa tentativa de fechar o cerco a Damasco.
O HTS surgiu como uma filial da Al Qaeda, grupo por trás dos atentados do 11 de Setembro.
Por onde passaram, os rebeldes derrubaram estátuas que homenageiam Hafez al-Assad, pai do atual presidente e fundador da dinastia que está no poder há 50 anos, e tomaram bases militares.
Esta reportagem está em atualização.