Naim Qassem disse ainda que vai cooperar com tropas libanesas, que vão monitorar o sul do Líbano, de onde o grupo extremista e Israel devem se retirar. Foi a 1ª vez que o comandante-geral do Hezbollah falou após trégua ser anunciada. O comandante-geral do Hezbollah, Naim Qassem, em pronunciamento após o cessar fogo entre o grupo e Israel no Líbano, em 29 de novembro de 2024.
Reuters TV/ Al Manar/ via Reuters
O comandante-geral do Hezbollah, Naim Qassem, em pronunciamento após o cessar fogo entre o grupo e Israel no Líbano, em 29 de novembro de 2024.
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O comandante-geral do Hezbollah, Naim Qassem, disse considerar o acordo de cessar-fogo nos conflitos no Líbano alcançado com Israel uma vitória para o grupo extremista.
"Olhem a imagem de alegria e felicidade de quem está voltando para a casa no Líbano e a tristeza e o estado de desespero no lado inimigo, onde as pessoas não voltaram para casa. Por todos os lados você vê a derrota de Israel", disse Qassem, em pronunciamento emitido por TVs libaneses.
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Esta foi a primeira vez que Qassem se pronunciou desde que o cessar-fogo entre as duas partes foi anunciado, no início desta semana.
Após dois meses de conflito no Líbano, Israel e o Hezbollah chegaram nesta semana a um acordo para um cessar-fogo. Pelo acordo, ambos os lados se retirarão do sul do Líbano, a região que faz fronteira com Israel e que é reduto do Hezbollah. Tropas do próprio Exército libanês e da ONU serão responsáveis pela segurança da região, com supervisão dos Estados Unidos e da França, que mediaram as negociações.
No pronunciamento, Qassem afirmou que, apesar do cessar-fogo, as atividades do grupo extremista, fundado com o objetivo de lutar contra Israel, não vão cessar. Ele disse que o Hezbollah seguirá apoiando a Palestina em diferentes frentes — desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o Hezbollah vem lançando foguetes contra o norte de Israel em apoio ao Hamas. Ambos os grupos são financiados pelo Irã.
"Nosso apoio à Palestina não vai parar, vai continuar de várias formas. A libertação, para nós, ainda é um objetivo, que pode ser alcançando de várias maneiras", disse Qassem, que afirmou ainda ter achado a vitória do Hezbollah "maior que a de 2006 (quando houve a última guerra entre Israel e o Hezbollah)".
Qassem detalhou algumas das atividades às quais o Hezbollah se dedicará durante o período de cessar-fogo, entre elas:
Ajudar população do sul do Líbano a reconstruir vilarejos e regiões atingidas por bombardeios;
Focar na eleição de um novo presidente no Líbano, que ocorrerá em 9 de janeiro;
Reorganização para voltar a atuar contra Israel;
Ajudas o Líbano a reestruturar Forças Armadas.
Nova violação do acordo
Força aérea israelense bombardeia instalação do Hezbollah no Líbano
Também nesta sexta, o Exército israelense disse que bombardeou um lançador de foguetes do Hezbollah no sul do Líbano. O acordo de cessar-fogo previa que nenhuma das partes faria ofensivas na região durate os 60 dias que durarão a trégua.
"Há pouco foram detectadas atividades terroristas e o deslocamento de um lançador de foguetes portátil do Hezbollah no sul do Líbano. A ameaça foi frustrada por um ataque (da Força Aérea israelense)", afirmou o Exército israelense em comunicado.
Esta foi a segunda vez, em apenas dois dias em que a trégua está em vigor, que Israel violou o acordo. O governo israelense nega a violação e afirma que estava apenas se defendendo de movimentações ilegais do Hezbollah.
O texto do acordo de cessar-fogo prevê também que Israel pode reagir caso detecte movimentação do Hezbollah na área, um ponto o texto que foi criticado por especialistas.