A Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo o paraibano Tércio Arnaud Chaves, por envolvimento em uma tentativa de golpe no final do governo de Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo o paraibano Tércio Arnaud Chaves, por envolvimento em uma tentativa de golpe no final do governo de Jair Bolsonaro. A ação teria como objetivo impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente, após sua vitória nas eleições de 2022.
O inquérito, concluído recentemente, aponta para a existência de uma organização criminosa que agiu de forma coordenada para manter Bolsonaro no poder. Entre os crimes atribuídos aos envolvidos estão abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa. Caso aceitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as denúncias podem levar a penas que variam de 3 a 12 anos de prisão, dependendo do crime.
Tércio Arnaud
Natural de Campina Grande, Tércio ganhou destaque entre 2013 e 2014, quando sua atuação na internet chamou a atenção de Carlos Bolsonaro. Ele ficou conhecido por criar memes contra o governo Dilma Rousseff e promover o nome de Jair Bolsonaro. Foi um dos primeiros nomeados como assessor especial da Presidência em 2018, recebendo um salário de quase R$ 14 mil, apesar de não possuir experiência política anterior.
Tércio também esteve envolvido em disputas eleitorais na Paraíba, como suplente de senador em 2022, mas retornou ao cargo de assessor após o pleito. É apontado como integrante do chamado "Gabinete do Ódio", grupo ligado à disseminação de desinformação.
O relatório final da investigação, com mais de 800 páginas, foi encaminhado ao STF. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República decidir se apresentará denúncia contra os indiciados. Caso isso ocorra e a denúncia seja aceita, eles passarão a responder como réus.
O trabalho da PF incluiu a prisão de militares e de um policial federal envolvidos em supostos planos para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. As ações sublinham o alcance da rede de conspiradores, que inclui militares, políticos e membros do círculo próximo de Bolsonaro.
Confira a lista dos indiciados: