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Aline Borges diz que foi chutada, atacada com gás de pimenta e imobilizada com joelho no pescoço, além de ter a mãe, que a tentava proteger, agredida igualmente. Caso ocorreu em Içara. Advogada e servidora do MP são agredidas por PMs estacionamento de mercado de SCUma advogada e a mãe dela foram agredidas por policiais militares em uma ocorrência no estacionamento de um supermercado em Içara, no Sul de Santa Catarina, no sábado (9). Um vídeo registrou a ação.Nas imagens, é possível ver que os militares imobilizam a advogada no chão. Quase um minuto depois, ela é colocada no porta-malas da viatura. Enquanto a cena acontece, a mãe reivindica o tratamento dado à filha e leva um tapa no rosto (assista acima).Aline Borges diz que foi chutada, atacada com gás de pimenta e imobilizada com joelho no pescoço, além de ter a mãe, que tentava a proteger, agredida igualmente. ?Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsAppVeja abaixo o que se sabe sobre o caso:Quem são as vítimas?Quem são os militares envolvidos?Quando o caso aconteceu?O que o vídeo mostra?As mulheres ficaram feridas?O que desencadeou as agressões?O caso é investigado?Como a ocorrência foi registrada pela PM?Os policiais seguem trabalhando?O que disse OAB/SC?O que disse a PM?1) Quem são as vítimas?As mulheres agredidas são a advogada Aline Borges da Silva e a mãe dela, que é servidora do Ministério Público.2) Quem são os militares envolvidos?A reportagem não teve acesso aos nomes dos militares envolvidos e à defesa deles, mas procurou a Associação de Praças do Estado de Santa Catarina (Aprasc) e aguarda retorno.3) Quando o caso aconteceu?O caso aconteceu no sábado. Moradora do Rio Grande do Sul, Aline contou que estava de passagem por Santa Catarina.Advogada e servidora do MP são agredidas por PMs estacionamento de mercado de SCArquivo Pessoal/Divulgação 4) O que o vídeo mostra?Em vídeo que o g1 teve acesso, uma das mulheres aparece caída no chão, gritando, enquanto está imobilizada por dois policiais militares. A outra discute com o outro agente, pedindo para que a filha seja solta. Outro PM chega e a confusão segue.A mulher caída no chão é jogada na viatura e, antes do porta-malas se fechar, um dos agentes chuta a mulher e empurra a mãe dela. Por fim, o mesmo agente dá um tapa no rosto da mulher que estava fora do veículo. O g1 não teve acesso à íntegra do vídeo. 5) As mulheres ficaram feridas?Sim. Aline relatou ao g1 que foi chutada, atacada com gás de pimenta no rosto, imobilizada com um joelho no pescoço e chegou a perder uma unha ao ter os dedos torcidos pelos militares, além de ter a mãe, que a tentava proteger, agredida igualmente. Ela informou que foi à delegacia fazer exame de corpo de delito."Ainda estou digerindo a situação, estou extremamente fragilizada, tanto emocionalmente quanto fisicamente", disse.Advogada e servidora do MP são agredidas por PMs'Extremamente fragilizada', diz advogada agredidaMP abre procedimento extrajudicialAdvogada do RS sofreu lesões ao acompanhar ocorrência da PM em SCAline Borges/Arquivo Pessoal6) O que desencadeou as agressões?Ao g1, Aline explicou que viu uma abordagem policial feita pelos militares no mercado, e se aproximou para acompanhar o caso, conforme prerrogativa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).Ela foi questionada sobre o que estava fazendo e, em seguida, atacada com gás de pimenta no rosto, sem justificativa. O namorado e a mãe dela tentaram intervir. Ele também foi atingido pelo gás."Após ver que minha mãe estava sendo extremamente agredida e que não chamariam a OAB pedi para ir à delegacia fazer exame de corpo e delito e prestar esclarecimentos de que não houve qualquer desacato ou desobediência, apenas a exigência dos meus direitos legais", afirmou.7) O caso é investigado?Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil, e a Polícia Militar informou que abriu inquérito para apurar os agentes envolvidos.Já o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou um procedimento extrajudicial próprio para apurar as agressões.8) Como a ocorrência foi registrada pela PM?A Polícia Militar relatou que os policias foram chamados após um desentendimento entre uma funcionária do mercado e um cliente que teria injuriado a trabalhadora. A ocorrência foi registrada como injúria ou comunicação falsa de crime. O relatório detalhado do que ocorreu não foi divulgado.9) Os policiais seguem trabalhando?A PM informou que os militares filmados continuarão trabalhando nas ruas enquanto aguardam a conclusão do Inquérito Policial Militar. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no entanto, havia pedido o afastamento dos investigados durante a investigação, mas não foi atendida.Na quarta-feira (13), OAB informou que vai ingressar com pedido judicial para afastamento dos militares, caso o pedido não seja acatado pela corregedoria.10) O que disse OAB/SC?Em nota, a OAB-SC afirmou que pediu ao Comandante do Batalhão da Polícia Militar, Aurélio Pelozato, o afastamento dos policias envolvidos na ocorrência "para que a responsabilidade seja devidamente apurada e os envolvidos responsabilizados, além da apuração completa de todos os fatos".A PM não respondeu sobre o afastamento, mas afirmou que os envolvidos na ocorrência estão sendo investigados por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).11) O que disse a PM?1. Na noite deste sábado, 9, guarnições da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) do 29° Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Içara, foram acionadas para atendimento a uma ocorrência de injúria ou comunicação falsa de crime em um estacionamento de um supermercado, onde a princípio uma funcionária de um supermercado e um cliente haviam se desentendido. Este estaria supostamente injuriando a trabalhadora.2. As atitudes dos policiais estão sendo investigadas ao deterem duas mulheres que se envolveram durante o atendimento da primeira ocorrência. Elas acabaram sendo conduzidas à Delegacia de Polícia Civil, juntamente com as outras partes da primeira ocorrência.3. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado pelo Comando do 29º BPM para apuração dos fatos.?Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsAppVÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias