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Como Israel achou e matou o líder do Hamas, Yahya Sinwar

As tropas israelenses tentavam encontrar o mentor das atrocidades de 7 de outubro há mais de um ano.


Foto: BBC
As tropas israelenses tentavam encontrar o mentor das atrocidades de 7 de outubro há mais de um ano. As tropas de Israel perseguiram por mais de um ano o líder do Hamas, que desapareceu em Gaza logo após ter orquestrado os ataques de 7 de outubro do ano passado.

Dizem que Yahya Sinwar, de 61 anos, passou a maior parte do tempo escondido nos túneis sob a Faixa de Gaza, junto a um grupo de guarda-costas e um "escudo humano" de reféns capturados em Israel.

Mas, por fim, parece que ele foi morto durante um encontro por acaso com uma patrulha israelense no sul de Gaza. O grupo de guarda-costas dele era pequeno. Nenhum refém foi encontrado.

Os detalhes ainda estão vindo à tona, mas aqui está o que sabemos até agora sobre o assassinato de Sinwar.

Patrulha de rotina

As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que uma unidade da 828ª Brigada Bislamach estava patrulhando Tal al-Sultan, uma área de Rafah, na quarta-feira (16/10).

Três combatentes foram identificados e atacados pelas tropas israelenses — todos foram mortos.

Naquele momento, nada parecia particularmente notável no confronto, e os soldados só voltaram ao local na manhã de quinta-feira (17/10).

Foi então que, enquanto eles inspecionavam os corpos, descobriu-se que um dos mortos tinha uma semelhança impressionante com o líder do Hamas.

O cadáver permaneceu no local, no entanto, devido à suspeita de armadilhas — em vez de transportá-lo, parte de um dedo foi removida e enviada a Israel para testes.

O corpo dele foi finalmente retirado e levado para Israel no fim daquele dia, quando a área foi considerada segura.

Daniel Hagari, porta-voz das FDI, disse que suas forças "não sabiam que ele estava lá, mas continuaram a operar".

Segundo ele, os soldados identificaram os três homens que corriam de casa em casa, e os confrontaram antes que se separassem.

O homem identificado como Sinwar "correu sozinho para um dos prédios", e foi morto após ser localizado com ajuda de um drone.

Nenhum dos reféns que Sinwar estaria usando como escudo humano estava presente, e sua pequena comitiva sugere que ele estava tentando passar despercebido ou que havia perdido muitos daqueles que o protegiam.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou: "Sinwar morreu enquanto era atacado, perseguido e fugia — ele não morreu como um comandante, mas como alguém que só se preocupava consigo mesmo. Esta é uma mensagem clara para todos os nossos inimigos".

Imagens de drones divulgadas pelos militares israelenses na noite de quinta-feira mostram supostamente os momentos finais de Sinwar antes de ser morto.

O vídeo parece ter sido filmado por um drone voando pela janela aberta de um prédio quase destruído.

Ele se aproxima de um homem, com a cabeça coberta, sentado em uma poltrona no primeiro andar de uma casa repleta de escombros.

O homem, que parece estar ferido, atira então o que parece ser um pedaço de pau no drone, e o vídeo termina.

Sinwar 'eliminado'

Israel anunciou pela primeira vez que estava "investigando a possibilidade" de Sinwar ter sido morto em Gaza na tarde de quinta-feira.

Poucos minutos após o anúncio, fotos publicadas nas redes sociais mostravam o corpo de um homem com características muito semelhantes às do líder do Hamas, que havia sofrido ferimentos catastróficos na cabeça. As imagens são muito fortes para serem republicadas.

No entanto, as autoridades advertiram que "neste momento" a identidade de qualquer um dos três homens mortos não podia ser confirmada.

Pouco tempo depois, fontes israelenses disseram à BBC que as autoridades estavam "cada vez mais confiantes" de que o haviam matado. Mas afirmaram que todos os testes necessários deveriam ser realizados antes de a morte poder ser confirmada.

Esses testes não demoraram muito. Na noite de quinta-feira, Israel anunciou que eles haviam sido concluídos, e que Sinwar foi confirmado como "eliminado".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o "mal" havia sofrido um "duro golpe", mas alertou que a guerra de Israel em Gaza não havia terminado.

Aperto ao cerco

Embora Sinwar não tenha sido morto durante uma operação direcionada, as FDI disseram que vinham operando há semanas em áreas onde a inteligência indicava sua presença.

Em resumo, as forças israelenses haviam limitado a localização aproximada de Sinwar à cidade de Rafah, no sul do país, e estavam avançando lentamente para encontrá-lo.

Sinwar estava fugindo há mais de um ano. Sem dúvida, ele sentiu a pressão israelense aumentar à medida que outros líderes do Hamas, como Mohammad Dief e Ismail Haniyeh, eram mortos, e que Israel destruía a infraestrutura que ele havia usado para cometer as atrocidades de 7 de outubro do ano passado.

Em um comunicado, as FDI disseram que suas operações nas últimas semanas no sul "restringiram o movimento operacional de Yahya Sinwar, enquanto ele era perseguido por suas forças, e levou à sua eliminação".

Objetivo importante, mas não final

Matar Sinwar era um dos principais objetivos de Israel desde os ataques de 7 de outubro do ano passado. Mas sua morte não põe fim à guerra em Gaza.

Embora Netanyahu tenha dito que havia "acertado as contas", ele insistiu que a guerra continuaria — sobretudo, para salvar os 101 reféns ainda mantidos pelo Hamas.

"Para as estimadas famílias dos reféns, eu digo: Este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa".

Em Israel, algumas famílias disseram esperar agora que um acordo de cessar-fogo, que leve os reféns de volta para casa, possa ser alcançado.

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