O Hezbollah também fez uma série de bombardeios nesta segunda-feira (14), um dia após ataque com drones matar 4 soldados e ferir mais de 60 pessoas no norte do território israelense. Comandante do grupo extremista foi morto, de acordo com Israel. Resgatistas do Hezbollah buscam vítimas entre prédios destruídos em uma rua comercial atingida por ataques aéreos israelenses do último sábado (12), na cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano.
AP Foto/Mohammed Zaatari
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (14) que atacará "impiedosamente" o Hezbollah, inclusive em Beirute, no Líbano.
A declaração indica que o governo isralenese não tem previsão de concluir os bombardeios ao Líbano, que já duram quase um mês.
"Continuaremos a atacar impiedosamente o Hezbollah em todas as partes do Líbano —incluindo Beirute. Tudo isso de acordo com considerações operacionais. Nós provamos isso recentemente e continuaremos a provar isso nos próximos dias", declarou Netanyahu.
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No conflito atual, as Forças Armadas de Israel começaram a bombardear o território libanês em 20 de setembro, dias depois de anunciar uma nova fase da guerra, com foco no norte de Israel, perto da fronteira com o sul do Líbano. A região é o reduto do Hezbollah, grupo extremista libanês financiado pelo Irã que luta contra Israel.
Cerca de 2.000 pessoas já morreram por conta dos ataques, segundo o governo libanês.
O governo israelense afirma que os bombardeios não têm como alvo o Estado do Líbano, mas sim estruturas específicas do Hezbollah dentro do território libanês. No entanto, a maioria dos mortos são civis, segundo o governo libanês.
Pouco mais de uma semana do início dos bombardeios, Israel invadiu o Líbano por terra.
Ataque israelense na região de Aitou, no Líbano, deixa 18 mortos, nesta segunda-feira (14).
Omar Ibrahim/Reuters
Também nesta segunda, Israel bombardeou a região de Aitou, um reduto de maioria cristã no norte do Líbano Foi a primeira vez que as Forças Armadas israelenses alvejaram a região desde o início da guerra.
Segundo a Cruz Vermelha libanesa, 21 pessoas foram mortas no ataque e quatro ficaram feridas.
O ataque atingiu uma casa que havia sido alugada para famílias desalojadas, disse o prefeito de Aitou, Joseph Trad, à agência de notícias Reuters.
Nesta segunda, a Embaixada dos Estados Unidos no Líbano voltou a "encorajar fortemente" que seus cidadãos deixem o país "agora", acrescentando que os voos que a embaixada organizou para tirá-los de Beirute não vão continuar indefinidamente.
Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel anunciaram, também nesta segunda, que mataram mais um comandante do Hezbollah: Muhammad Kamel Naeem, da Unidade de Mísseis Antitanque das Forças Radwan do Hezbollah.
"Muhammad Kamel Naeem foi responsável por planejar e executar vários ataques terroristas, incluindo ataques de mísseis antitanque contra civis israelenses", afirma mensagem.
Nas últimas horas, o grupo extremista libanês fez vários lançamentos de mísseis contra o território israelense. No entanto, segundo o comunicado, alguns foram interceptados e os outros caíram em áreas abertas, sem deixar feridos:
"O Hezbollah disparou vários foguetes no centro e norte de Israel. Alguns dos foguetes foram interceptados e o restante caiu em áreas abertas. Nenhum ferimento foi relatado. A IAF rapidamente atingiu os lançadores do Hezbollah usados ??para disparar os foguetes do sul do Líbano".
No Telegram, o Hezbollah divulgou imagens dos estragos causados pela queda de um desses mísseis na cidade de Karmiel, na região norte do país.
Míssil atingiu cidade de Karmiel, no norte de Israel
Telegram/Reprodução
Por volta das 9h, horário de Brasília, o Hezbollah também anunciou "confrontos violentos" com as tropas israelenses na cidade de Aita al-Shaab, "utilizando vários tipos de armas, incluindo metralhadoras, foguetes e projéteis de artilharia".
No começo da tarde, devido ao lançamento simultâneo de vários mísseis do Hezbollah, sirenes foram acionadas em várias regiões de Israel e vídeos postados nas redes sociais mostraram, por exemplo, motoristas que se protegiam perto da mureta que divide uma rodovia.
Israelenses abrigados na beira de estrada
Telegram/Reprodução
Ataque com maior número de vítimas israelenses até agora
Quatro soldados israelenses morreram e mais de 60 pessoas ficaram feridas neste domingo (13) no norte de Israel, onde o grupo extremista Hezbollah reivindicou a autoria de um bombardeio com drones, indicou um serviço de resgate israelense.
De acordo com o grupo, a ação foi uma resposta aos ataques israelenses realizados na última quinta-feira (10) no sul do Líbano e em Beirute.
Em comunicado, o gabinete do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, revelou que ele conversou com o ministro da Defesa americano Lloyd Austin durante a madrugada desta segunda, "destacou a seriedade do ataque e a resposta forte que será dada ao Hezbollah" e informou que Israel responderá de maneira veemente ao ataque.
Forças de segurança israelenses protegem uma área próximo ao local do ataque com drones perto da cidade de Binyamina, no norte de Israel.
Oren ZIV / AFP
Esse foi o segundo ataque com drone na região em dois dias. No sábado, um drone atingiu um subúrbio de Tel Aviv, causando danos, mas sem deixar feridos.
O ataque deste domingo também coincidiu com o anúncio dos Estados Unidos sobre o envio de um novo sistema de defesa aérea para reforçar a proteção de Israel contra mísseis, o THAAD, altamente eficaz contra ameaças de curto e médio alcance. Embora seja utilizado para a defesa terrestre, o sistema também pode atingir alvos fora da atmosfera.
Tensão após soldados da ONU serem feridos
Todas essas operações acontecem em meio a altas tensões entre Israel e a força de paz da ONU, UNIFIL, no sul do Líbano.
A ONU disse que tanques israelenses invadiram sua base no domingo, nas últimas alegações de violações israelenses contra forças de paz, que foram condenadas pelo Hezbollah e pelos aliados de Israel.
Israel contestou o relato da ONU e Netanyahu pediu que as forças de paz se retirassem, dizendo que elas estavam fornecendo "escudos humanos" para o Hezbollah durante uma intensificação das hostilidades.
Nesta segunda, o ministro israelense de Energia, Eli Cohen, repetiu um apelo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que as tropas da ONU saiam do país.
O Hezbollah nega que use a proximidade de forças de paz para proteção.
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Fonte: G1