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Paranaense Ronara Kely Rodrigues fugiu de comunidade no sul do país e se abrigou com a família em escola da capital Beirute. Cabelereira vive há 15 anos no Líbano. Brasileira relata fuga de bombardeios no LíbanoA brasileira Ronara Kely Rodrigues relatou na tarde desta quarta-feira (25) em entrevista à GloboNews o "filme de terror" que tem vivido nos últimos dias em meio aos bombardeios no Líbano. A cabelereira tem quatro filhos e precisou fugir da comunidade onde mora no sul do país em direção à capital Beirute. Veja o vídeo acima.Bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias. Na segunda-feira, mais de 560 morreram nos ataques direcionados ao grupo extremista libanês Hezbollah, no dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006. Saiba detalhes do confronto a seguir.Ronara está abrigada em uma escola e, emocionada, contou que tudo que construiu nos 15 anos em que vive no país foi destruído nos ataques: "E muito difícil, muito difícil mesmo... A minha casa foi bombardeada pelos ataques aéreos e eu saí mesmo debaixo das bombas, foi muito difícil mesmo, bomba de um lado, bomba de outro, quando eu saí de casa o trânsito também estava tudo fechado e as bombas caíam de um lugar para o outro, já jogava nos carros aonde as pessoas já começavam a gritar, uma gritaria, e você não sabia se você morreria ali. [...] E foi uma fuga, relmente só por Deus, eu saí da morte, é horrível. A minha casa, o meu salão, os meus sonhos, tudo... A gente trabalhou tantos anos para conquistar, e tudo acabou por uma bomba somente."? Siga o canal do g1 PR no WhatsApp? Siga o canal do g1 PR no TelegramRonara é de Campo Mourão, no centro oeste do Paraná, e a família dela mora em Foz do Iguaçu, no oeste paranaense.A paranaense relata que precisou deixar a casa para trás em meio aos bombardeios e se deparou com o trânsito parado. Quando chegou a Beirute, precisou dormir na rua até conseguir abrigo na escola. A brasileira conta que a situação vem piorando no país há cerca de duas semanas. De acordo com ela, antes eram apenas ameaças de bombardeios e as pessoas ainda estavam conseguindo ir trabalhar. "A ameaça acabou e a guerra está aberta e têm muitas pessoas morrendo, têm casas sendo derrubadas, você não sabe se você está em casa e a bomba cai em cima da sua cabeça. Você está sempre ali, na janela, procurando e olhando... Você não pode dormir, você não fecha os olhos, não sabe quando a bomba está caindo na sua cabeça, é realmente horrível", afirma.Paranaense Ronara Kely Rodrigues relata terror em meio a bombardeios no LíbanoGloboNewsAgora, relata Ronara, os ataques acontecem no meio das ruas, destruindo tudo. "Você andando no mercado as pessoas já começam a correr: 'Está caindo bomba, mataram três, quatro. [...] A gente está num filme de terror", relata.Sem dormir há três dias, a cabelereira disse que ainda há muitos brasileiros no sul do Líbano à espera de ajuda, inclusive do Brasil. De acordo com a paranaense, eles não estão conseguindo sair de casa e têm medo de sair e acabar morrendo na rua. LEIA MAIS:Os ataquesIsrael diz que está atacando o Hezbollah porque o grupo libanês não permite que os cidadãos israelenses que moram ao norte do país, que faz fronteira com o Líbano, retornem às suas casas. Eles foram deslocados por bombardeios do Hezbollah em território israelense, que duram desde o ano passado.Com isso, a "nova fase da guerra" anunciada pelo Exército israelense, e nomeada de "Operação Flechas do Norte", busca fazer com que os combatentes do Hezbollah deixem as regiões ao sul do Líbano.O Hezbollah prometeu continuar com os ataques contra Israel até que a guerra em Gaza termine.O que é o Hezbollah, grupo extremista do Líbano que teve pagers e 'walkie-talkies' explodidos e alvo de Israel em 'nova fase da guerra'Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, vista de Tiro, no Líbano, nesta segunda-feira (23).Aziz Taher/ReutersO conflito mais notável entre Israel e o Hezbollah foi em 2006, no episódio conhecido como Guerra do Líbano. A guerra durou cerca de cinco semanas e resultou em significativas perdas humanas e materiais de ambos os lados.O conflito foi desencadeado pelo sequestro de dois soldados israelenses por membros do Hezbollah. Para Israel, o episódio foi uma gota d'água das tensões que se desenrolavam desde 2000. O governo israelense decidiu lançar um ataque em território libanês, deixando quase 1.200 mortos, majoritariamente civis, e cerca de um milhão de deslocados só dentro do país vizinho.Para além da Guerra do Líbano, confrontos e escaladas de violência de menor proporção ocorreram em diversos outros momentos.O bombardeio israelense desta segunda (23) marcou o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006.Os vídeos mais assistidos do g1 PR:Leia mais notícias em g1 Paraná.