Estudo conclui que genoma de 10 mil anos de idade é geneticamente semelhante ao de grupos étnicos que vivem atualmente na Província do Cabo Ocidental, no extremo sul do continente africano. Sequências genéticas são de homem e mulher cujos restos mortais foram encontrados em região na África do Sul.
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Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo (UCT), na África do Sul, e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha, reconstruíram os genomas humanos mais antigos já encontrados em solo sul-africano de duas pessoas que viveram há cerca de 10 mil anos, informou neste domingo (22/09) a agência de notícias AFP.
As sequências genéticas são de um homem e uma mulher cujos restos mortais foram encontrados no abrigo de pedra Oakhurst, próximo à cidade costeira de George, a cerca de 370 quilômetros da Cidade do Cabo, segundo informou a professora de antropologia biológica da UCT Victoria Gibbon.
Elas estavam entre 13 sequências reconstruídas pelos cientistas de pessoas que viveram entre 1.300 e 10 mil anos atrás. Antes dessas descobertas, os genomas mais antigos encontrados na região e reconstruídos eram de 2 mil anos.
Estabilidade genética no sul da África
O estudo de Oakhurst descobriu de maneira surpreendente que os genomas mais antigos eram geneticamente similares aos dos grupos étnicos San e Khoekhoe, que habitam a mesma região nos dias atuais, informou a UTC, em nota.
Estudos semelhantes na Europa revelaram um histórico de mudanças genéticas em larga escala devido a migrações humanas nos últimos 10 mil anos, segundo Joscha Gretzinger, autor principal do estudo.
"Esses novos resultados da porção mais ao sul da África são bastante diferentes e sugerem uma longa história de uma relativa estabilidade genética", afirmou.
Mudanças somente ocorreram quando novos habitantes chegaram à região, há cerca de 1.200 anos, introduzindo o pastoreio, a agricultura e novos idiomas, e começaram a interagir com os grupos locais de caçadores-coletores.
"Apesar de ser possível rastrear algumas das evidências mais antigas dos humanos modernos até o sul do continente africano, elas tendem a estar em mau estado de conservação", explica Gibbon, da UCT.
As mais novas tecnologias, contudo, permitem que o DNA seja obtido das amostras.
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