Minouche Shafik foi alvo de críticas pela gestão durante as manifestações dentro do campus, entre abril e maio. À época, reitora chamou a polícia, o que resultou na prisão de dezenas de pessoas. Faixa colocada em acampamento na Universidade de Columbia, em Nova York, manifesta solidariedade aos palestinos de Gaza
Stefan Jeremiah/AP
A reitora da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (14). Nemat Minouche Shafik anunciou que está deixando o comando da instituição cerca de quatro meses após estudantes promoverem manifestações pró-Palestina no campus da universidade.
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A onda de protestos dentro da Universidade de Columbia ganhou repercussão internacional entre abril e maio de 2023. À época, manifestantes montaram acampamentos dentro da instituição para condenar a morte de civis na Faixa de Gaza.
Durante os protestos, os manifestantes passaram a exigir que a universidade vendesse ativos israelenses. A gestão da instituição tentou negociar o fim dos acampamentos, mas nenhum acordo foi fechado.
Diante disso, Shafik acionou a polícia de Nova York e pediu para que os agentes entrassem no campus. A determinação da reitora foi alvo de críticas de grupos de direitos humanos, além de estudantes e professores.
A primeira operação policial, em 18 de abril, terminou com a prisão de mais de 100 pessoas. No entanto, os acampamentos foram novamente montados no campus da instituição poucos dias depois.
A universidade voltou a chamar a polícia no dia 30 de abril, quando novas prisões foram feitas. Na ocasião, a reitora pediu para que os agentes permanecessem no campus até 17 de maio, "para manter a ordem" e garantir que os acampamentos não fossem restabelecidos.
A atuação da então reitora frente aos protestos foi alvo de críticas tanto de grupos pró-Israel quanto de organizações pró-Palestina. Ela também foi sabatinada pelo Congresso dos Estados Unidos, onde admitiu que estudantes e professores passaram a discriminar judeus desde o início da guerra.
Apoiadores da causa Palestina acusam a reitora de ter acionado a polícia para repreender as ações. Enquanto isso, simpatizantes de Israel acreditam que as atitudes de Shafik não foram suficientes para punir os manifestantes.
Nesta quarta-feira, em um e-mail enviado a alunos e funcionários, Shafik anunciou que estava deixando o cargo e citou as manifestações.
"Foi um período de turbulência, onde foi difícil superar visões divergentes em nossa comunidade", disse. "Este período teve um preço considerável para minha família, assim como para outros em nossa comunidade."
Economista, Shafik nasceu no Egito, mas tem cidadania britânica e americana. Antes de assumir a Universidade de Columbia, ela foi vice-governadora do Banco da Inglaterra, presidente da London School of Economics e vice-diretora administrativa do Fundo Monetário Internacional.
Fonte: G1