G1
Acusada foi condenada a sete anos de prisão em regime semiaberto e pode recorrer em liberdade. Procedimento levou à morte de Mélani Daniely de Aguiar Maia em 2020, diz MP. Justiça considera que a condenada sabia que a ação podia causar a morte e, mesmo assim, assumiu o risco. Mélani Aguiar, de 20 anosReprodução/FacebookUma mulher de 40 anos foi condenada pelo homicídio com dolo eventual - quando o acusado sabe que a ação pode causar a morte e, mesmo assim, assume o risco - de Mélani Danielly Aguiar Maia, de 20 anos, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Segundo o Ministério Público (MP), a acusada aplicou silicone industrial na vítima, uma mulher trans, que morreu de síndrome séptica em decorrência da injeção da substância nas nádegas e no quadril. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (8), quase quatro após após o caso.Segundo o Ministério Público (MP), a acusada deverá cumprir pena de sete anos de prisão em regime semiaberto. Marcella de Sales, conhecida como "Bombadeira", pode recorrer da sentença em liberdade. A Defensoria Pública, que representou a ré, afirma que respeita a decisão dos jurados e que vai se manifestar nos autos do processo.Durante o julgamento, o promotor Gustavo Burgos de Oliveira argumentou que a ré assumiu o risco de causar a morte ao realizar o procedimento com um material inadequado.Familiares de Mélani acompanharam o julgamento, que começou na manhã e se estendeu até o final da tarde de quinta-feira, do início ao fim.Família de Mélani Daniely de Aguiar Maia, que morreu após aplicação de silicone industrialMP/DivulgaçãoRelembre o casoMélani Daniely de Aguiar Maia morreu em 31 de agosto, quatro dias após o procedimento nas nádegas e no quadril.De acordo com a polícia, a vítima, natural de Santa Maria, teria entrado em contato com a suspeita, conhecida como "Bombadeira", em uma passagem por Santa Cruz do Sul, no dia 27 de agosto.Após a aplicação do silicone, Mélani teria passado mal e foi levada ao Hospital Santa Cruz, onde morreu. Segundo a perícia, a causa da morte foi disfunção de múltiplos órgãos, em decorrência do produto ter se espalhado pelo corpo.Segundo a delegada responsável pelo caso, foi possível chegar à suspeita através de mensagens armazenadas no celular da vítima.Com a acusada, foram apreendidas injeções e um celular. As investigações apontaram que a mulher cobrava de R$ 2 mil a R$ 3 mil pelo trabalho, além do deslocamento e do produto utilizado no procedimento. O material aplicado seria comprado na internet.Polícia indicia mulher que aplicou silicone industrial e causou morte de transexual no RSVÍDEOS: Tudo sobre o RS