As usinas de açúcar e etanol da Paraíba concluíram a safra 2023/2024 na segunda quinzena de junho. Durante este período, foram moídas 7.341.806 toneladas de cana-de-açúcar, resultando na produção de 230.059 toneladas de açúcar e 381 milhões de litros de etanol.
De acordo com o Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), as usinas alcançaram o posto de 2º maior produtor de etanol do Nordeste.
Atualmente, o estado se encontra em período de entressafra, com a previsão de início da safra 2024/2025 para meados de agosto.
O Sindalcool-PB informou que houve uma pequena queda de cerca de 6% na quantidade de cana moída em comparação à safra anterior. No entanto, a safra ainda foi considerada positiva em termos de moagem e condições climáticas.
O sindicato explicou que, embora tenha havido uma redução no volume de chuvas, o principal fator foi a distribuição dessas chuvas. Na safra 2022/2023, as chuvas foram mais bem distribuídas ao longo do período, o que favoreceu o desenvolvimento da cana.
Mesmo com a ligeira diminuição nas precipitações, houve uma boa produção, demonstrando a resiliência do setor diante das variações climáticas.
Além disso, outros fatores contribuíram positivamente, como a elevação da produtividade média em algumas áreas e a introdução de novas áreas com tecnologias avançadas, como a irrigação por gotejamento.
A Paraíba destacou-se na região Nordeste, ocupando o terceiro lugar na moagem de cana e o segundo na produção de etanol, superada apenas por Alagoas. Na safra 2023/2024, a Paraíba produziu 381.131.000 litros de etanol, enquanto Alagoas produziu 468.438.000 litros.
Em relação às exportações, nos primeiros seis meses deste ano, o setor exportou mais de 52 mil toneladas de açúcar para 11 países. Os principais destinos foram a República do Congo e os Estados Unidos, refletindo a forte demanda internacional pelo açúcar produzido na região.
Nesse mesmo sentido, o Sindalcool-PB observa um movimento crescente no consumo de etanol, impulsionado tanto pela sua competitividade de preço quanto pela crescente conscientização ambiental entre a população. O consumo acumulado nos primeiros cinco meses de 2024 foi o mais alto desde 2019, indicando um ano muito positivo para a Paraíba, com os consumidores mostrando uma clara preferência pelo etanol.
Essa safra também registrou o crescimento na produção de açúcar, que pode ser atribuído a vários fatores. Primeiramente, a imprevisibilidade das políticas de precificação dos combustíveis tem desfavorecido os biocombustíveis, como o etanol, em comparação com os produtos fósseis. Isso tem levado os produtores a focar mais na produção de açúcar.
Além disso, o mercado internacional favorável também desempenhou um papel significativo. A expectativa é que a produção continue a crescer nas próximas safras, sem negligenciar a importância do etanol. Um exemplo claro dessa dinâmica é a Índia, o segundo maior produtor de açúcar, que está enfrentando condições climáticas adversas, resultando em uma queda na produção.
Em relação à geração de empregos diretos nos primeiros meses de 2024, o setor sucroenergético acumulou cerca de 12.987 postos de trabalho. Esse número tende a aumentar à medida que a safra avança, dado que o setor opera em ciclos safristas.
A estimativa é que o setor empregue de 18 a 20 mil trabalhadores até o final do ano, conforme a média dos anos anteriores.
Além disso, o número de empregos indiretos quase dobra, considerando o efeito multiplicador e a presença do setor em diversos municípios do estado.
Fonte: Virgula Paraiba