Acordo tem 10 pontos-chave, incluindo a elaboração de ume reforma tributária e redução de gastos públicos. Apesar do convite, membros da Suprema Corte, representantes sindicais e ex-presidentes Cristina Kirchner e Alberto Fernández não compareceram. Javier Milei discursa após assinatura do Pacto de Maio, em 9 de julho de 2024
Governo da Argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou ao lado de autoridades um acordo conhecido como "Pacto de Maio". Uma cerimônia, com a presença de governadores e ex-presidentes, foi feita na madrugada desta terça-feira (9).
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O pacto tem uma série de metas econômicas e sociais. Milei escolheu o dia 9 de julho para a assinatura do acordo como uma data simbólica, já que é o dia em que a Argentina comemora o aniversário de declaração da independência.
Segundo o jornal "El Clarín", o acordo tem 10 pontos-chave. Veja a seguir:
Defender a inviolabilidade da propriedade privada.
Declarar como "inegociável" o equilíbrio fiscal.
Reduzir os gastos públicos a níveis históricos, em torno de 25% do PIB.
Fazer uma reforma tributária que simplifique a vida dos argentinos e promova o comércio.
Rediscutir a coparticipação federal de impostos para acabar com o "modelo extorsivo atual".
Comprometer-se com as províncias para avançar na exportação de recursos naturais.
Promover uma reforma trabalhista.
Fazer uma reforma previdenciária para dar sustentabilidade ao sistema.
Promover uma educação primária e secundária útil e moderna.
Sustentar a abertura da Argentina ao comércio internacional.
Compareceram à cerimônia os governadores de 18 das 23 províncias argentinas, além dos ex-presidentes Mauricio Macri e Adolfo Rodríguez Saá. Por outro lado, o evento foi ignorado por membros da Suprema Corte e representantes sindicais.
Os ex-presidentes Cristina Kirchner e Alberto Fernández também não compareceram.
Após a assinatura do acordo, Milei discursou para os presentes na cerimônia. O presidente relembrou a batalha para a independência do país e criticou gestões anteriores.
"A Argentina está enfrentando um ponto de inflexão. Os pontos de inflexão na história de uma nação não são momentos de paz e tranquilidade. São momentos de dificuldade e conflito, onde tudo parece difícil. São momentos em que o abismo se torna tão evidente que a mudança passa a ser uma obrigação e uma urgência", disse.
Do lado de fora da Casa Histórica de Tucumán, onde a cerimônia aconteceu, Milei foi alvo de protestos. Pelo menos três pessoas foram presas.
Milei faltou em encontro do Mercosul
Javier Milei não compareceu à Cúpula do Mercosul no Paraguai, nesta segunda-feira (8). O presidente argentino desistiu de participar e enviou a chanceler argentina Diana Mondino para representá-lo.
Por outro lado, Milei esteve no Brasil no fim de semana para participar de um fórum conservador em Balneário Camboriú (SC).
Milei é crítico do Mercosul e de outros fóruns de debate internacionais. Durante a campanha, ele chegou a ameaçar a saída do país do bloco, e teceu críticas ao presidente Lula, chamando-o de "corrupto" e "comunista".
Lula, por sua vez, aproveitou o discurso no encontro do Mercosul, nesta segunda-feira, para fazer críticas a posturas de isolamento dentro do bloco.
"Não faz sentido recorrer ao nacionalismo arcaico e isolacionista, tampouco à justificativa para resgatar experiências ultraliberais que apenas agravaram desigualdades na nossa região", declarou.
Mais tarde, a jornalistas, Lula lamentou o não comparecimento de Milei na reunião.
"É uma bobagem imensa um presidente de um país importante como a Argentina não participar de uma reunião com o Mercosul. É triste, é triste para a Argentina."
Lula diz ser 'uma bobagem imensa' ausência de Milei em encontro do Mercosul
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