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Dores como choques e facadas: o que é a neuralgia do trigêmeo, doença de jovem que busca a eutanásia

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Por Jr Blitz 05/07/2024 às 08:13:05
Carolina Arruda, 27 anos, tem a doença há mais de dez anos. Ela é descrita na medicina como 'pior dor do mundo' e é causada por má formação em um nervo no rosto. Carolina Arruda foi diagnosticada com neuralgia do trigêmeo, doença conhecida por causar 'a pior dor do mundo'.

Arquivo pessoal

A jovem Carolina Arruda, 27 anos, está em busca da eutanásia, processo de suicídio assistido. Ela sofre da doença da 'pior dor do mundo', que é a neuralgia do trigêmeo.

Carolina descobriu a doença aos 16 anos, quando teve a primeira crise de dor, que é comparada a choques elétricos e até a facadas. Ela relata que vive à base de morfina, somado ao tratamento com canabidiol (extrato medicinal da maconha), mas que isso não alivia. Com dores intensas, decidiu buscar a morte assistida na Suíça, onde é permitido por lei.

O que é a neuralgia do trigêmeo?

O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano. Ele leva esse nome porque se divide em três ramos:

o ramo oftálmico;

o ramo maxilar, que acompanha o maxilar superior;

o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.

Ele é um nervo sensitivo, ou seja, que controla as sensações que se espalham pelo rosto.Permite, por exemplo, que as pessoas sintam o toque, uma picada e a dor no rosto.

A doença acontece por má formação, em que artérias encostam no nervo, ou por causa de um tumor na região.

"O nervo trigêmeo possui três ramificações, e vão para a região dos olhos, nariz e mandíbula. Quando uma artéria encosta ou comprime ele devido a uma má formação ou doença, ele é ativado, causando as crises agudas de dor. Após o episódio, a pessoa ainda pode ficar com o rosto dormente, com formigamento e olhos lacrimejando", explica Vinícius Boaratti Ciarlariello, neurologista do Departamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Albert Einstein em entrevista à BBC.

A doença normalmente atinge um lado do rosto. Em casos mais raros, pode atingir os dois — como é o caso da estudante de veterinária.

Carolina Arruda tem 27 anos quer ser submetida à eutanásia na Suíça

Carolina Arruda/Divulgação

Com a doença, o que pode causar dor?

Segundo os especialistas, a dor causada pela doença é uma das piores do mundo. Ela não é constante fora das crises, mas é disparada por alguns gatilhos que, na verdade, fazem parte das vida cotidiana como falar, mastigar, o toque durante a escovação ou barbear e até com a brisa do vento sobre o rosto.

A dor é incapacitante. Ou seja, impede que a pessoa consiga fazer atividades simples do dia a dia. No caso de Carol, ela não consegue trabalhar, estudar e precisa passar a maior parte do tempo deitada para evitar os gatilhos que levam a dor. Durante a crise, ela chega a ter vômitos e até desmaios.

Para amenizar as crises, Carolina já passou por três cirurgias para tentar corrigir a má formação do nervo trigêmeo e fazer com que veias e artérias não encostem mais nele. No entanto, segue sentindo dores.

"Já são 11 anos convivendo com essa dor. Tomo morfina e outros medicamentos ainda mais fortes todos os dias. As pessoas muitas vezes acham que é drama e que a dor não é tão intensa assim, mas quem não sofre com essa doença nunca vai conseguir entendê-la", comenta Carolina, em entrevista à BBC.

Fonte: G1

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