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G1 - Manchete

Detentas de presídio do Acre participam de homenagem ao dia das mães e apresentam trabalhos de costura: 'Oportunidade'

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Além de comemoração com bolo e brindes, foram ofertados para 6 das 12 internas do presídio Manoel Neri da Silva. Trabalho na área de customização de camisetas foi apresentado. Dia das mães é comemorado em presídio de Cruzeiro do Sul

Reprodução/Rede Amazônica

Seis das 12 internas que cumprem pena no presídio feminino Manoel Neri da Silva, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, tiveram a oportunidade de comemorar o dia das mães, mesmo estando privadas de liberdade. Além de comemoração com bolo, brindes foram ofertados e a direção do local contou com o apoio da Secretaria Estadual da Mulher, da Federação da Indústria do Acre (Fieac), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AC) e outras instituições.

Elves Barros, diretor do presídio Manoel Neri da Silva, fala sobre a importância desse tipo de evento para as internas. "A gente fica feliz de ver que essas parcerias estão dando certo, dando oportunidades de reinserção delas na sociedade. A gente percebe a alegria que as reeducandas sentem em ver a sociedade dando oportunidade pra elas. E hoje comemorando esse dia todo especial", diz.

Para as internas, foi um momento de quebrar a rotina, sair da monotonia e de renovar a esperança. Segundo uma detenta, a homenagem traz a certeza que nem tudo estar perdido e que existe a possibilidade de mudança.

"Eu vejo essa atividade como uma oportunidade de integração de nós reeducandas na sociedade, visto que lá fora a sociedade tem um certo preconceito conosco que cometemos um crime. Dizem: 'elas não tem mais jeito. Elas não tem um futuro', visto que quem tem uma certa autoridade na sociedade ainda olha pra gente com o olhar de mudança, um olhar de que eu posso mudar, eu vou investir porque nela eu vejo um futuro. Então é muito importante é muito promissor pra nós reeducandas ter essa oportunidade", afirma uma das internas.

Além de participarem da comemoração do dia das mães, as internas do presídio de Cruzeiro do Sul também aproveitaram o momento para apresentarem o trabalho que desenvolvem na área de customização de camisetas, técnica que aprenderam nos cursos de corte e costura que foram oferecidos para elas dentro da unidade prisional.

Márdhia El-shawwa, secretária Estadual da Mulher, esclarece que o nome do projeto é Costurando Liberdade. "A gente tem várias parcerias: Tribunal de Justiça, Ministério Público, Fieac, Receita Federal. Onde através de material, blusas, camisetas apreendidas que são falsificadas e situação de contrabando a gente trás para que essas detentas aprendam a customizar e agora na Expoacre Juruá já vai fazer um ano que estamos com esse projeto aqui e a gente está acompanhando e ele é muito proveitoso e é um sucesso", comemora.

Pelas mãos das internas, mais de 1,2 mil camisetas já foram reformadas e serão doadas para famílias de baixa renda. O trabalho executado por elas, contribui para a redução da pena e também para que possam ter uma profissão para desenvolver quando retornarem ao convívio social.

Janaína Terças, coordenadora regional da Fieac, diz que as camisas serão devolvidas para a Secretaria da Mulher para que possam ser doadas para as famílias que a secretaria atende. "Famílias de baixa renda em situação de vulnerabilidade social. É um trabalho em conjunto que é feito, além de remir as penas das reeducandas, de profissionalizar elas, de dar uma ocupação para elas, também ajuda pessoas de baixa renda", explica.

Barros explica que o trabalho realizado pelas detentas é inserido no projeto de remissão de pena por dias trabalhados. "Elas fazem cursos, fazem os trabalhos em prol da sociedade e em prol delas mesmas que tem a remissão de pena", complementa.

Para quem paga por um erro cometido na sociedade, o trabalho é uma forma de acreditar que pode superar os obstáculos que devem encarar no retorno ao convívio social.

"A gente trabalha além de a gente estar ali psicologicamente nos ajudando, porque pra mim é uma terapia, a gente pode tá remindo nossas penas com esses trabalhos que estão nos oferecendo. Tipo, nós trabalhamos na costura, de customização, customizando as camisas e é uma terapia pra nós. Só o motivo de nós sairmos da nossa cela e irmos para ali e podermos trabalhar e também ajudar outras pessoas com essas camisas, que vão servir de doação, é muito gratificante", afirma outra interna.

Em presídio de Cruzeiro do Sul, internas celebram Dia das Mães com ato de ressocialização

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