Candidata do nanico Partido Verde, Jill Stein participava de ato na Universidade de Washington, em St. Louis, quando foi presa e mantida na delegacia por cerca de 5 horas. Candidata à presidência dos EUA participa de protesto pró-Palestina e vai presa
Jill Stein, a candidata do Partido Verde às eleições presidenciais dos EUA, foi presa neste sábado (27) durante protesto pró-Palestina na Universidade de Washington, em St. Louis, um de vários registrados atos pelo país nos últimos dias. Mais de 80 detenções foram feitas e o campus foi fechado à noite, de acordo com um comunicado das autoridades da universidade.
"A candidata presidencial do Partido Verde, dra. Jill Stein, o gerente de campanha Jason Call e a vice-gerente de campanha Kelly Merrill-Cayer foram presos junto com aproximadamente 100 outras pessoas --a maioria estudantes da Universidade de Washington-- em um acampamento montado no sábado nas dependências da universidade. A exigência do acampamento era especificamente para que a universidade corte laços com a Boeing, que fabrica munições utilizadas no genocídio em curso contra o povo palestino em Gaza, nas suas instalações próximas de St. Charles. A campanha de Stein apoia as demandas dos estudantes e seus protestos e reuniões pacíficas no campus. O protesto estudantil pela paz e pelas liberdades civis sempre representou a melhor parte da nossa consciência moral colectiva. Solidariedade", diz um comunicado postado pela candidata em suas redes sociais.
Mais 200 pessoas são detidas em protestos nas universidades nos EUA
Harvard, Yale e Columbia: manifestações pró-palestinos tomam conta de universidades nos EUA
Protestos pró-Palestina se espalham pelas universidades americanas e viram tema eleitoral para Biden e Trump
Antes, uma postagem afirmou que os três foram liberados da prisão do condado de St. Louis por volta de 2h da manhã deste domingo (28), depois de pouco mais de 5 horas detidos junto de dezenas de estudantes e ao menos um professor.
Em um post fixado no seu perfil no X, de outubro do ano passado, ela fala sobre a origem de sua família e seu posicionamento contra a guerra em Gaza, que ela classifica como "genocídio".
"Como judia que cresceu logo após o Holocausto, com parentes que fugiram dos pogroms (ataques da população não-judia contra os judeus na área do Império Russo) e um avô chamado Israel, eu levo o "nunca mais" a sério. E isso significa nunca mais para ninguém. Nunca mais é agora. Devemos pôr fim imediato a este genocídio", diz o texto, postado junto de um vídeo mostrando a destruição no campo de refugiados de Jabalia.
Jill Stein, ao centro, caminha de braços dados com manifestantes na Universidade de Washington, em St. Louis, em protesto pró-Palestina no sábado (27), antes de ser presa
Christine Tannous/St. Louis Post-Dispatch via AP
A médica e política foi pré-candidata pelo nanico Partido Verde nas eleições de 2012 para presidente dos EUA e candidata ao mesmo cargo em 2016, quando conseguiu cerca de 1% dos votos totais, pouco mais de 1,4 milhões de votos.
Ela já esteve envolvida em outros protestos que acabaram em prisão ou processo judicial durante sua atuação política em campanha.
Em 2012, ela foi presa após tentar entrar no espaço de um debate entre candidatos presidenciais, em protesto contra a exclusão de partidos nanicos no debate, como o PV. Em 2016, ela se juntou a grupos indígenas que lutavam contra a construção de um oleoduto que passava por suas terras, e enfrentou processo judicial após pichar uma frase de protesto em um trator.
Protestos pelo fim da guerra entre Israel e Hamas ganham força nas universidades dos EUA