Turcos foram às urnas no domingo (31) para renovar a prefeitura e os governos locais em todo o país. Sigla do presidente turco teve pior resultado desde que ele chegou ao poder, há 20 anos. Eleitores celebram nas ruas de Istambul vitória da oposição ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na cidade, em 31 de março de 2024.
Khalil Hamra/ AP
Há 20 anos no poder, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, sofreu sua maior derrota nas urnas nas eleições municipais e estaduais realizadas no domingo (31) no país.
Nesta segunda-feira (1º), com cerca de 99% dos votos apurados, a oposição reivindicou vitória nas duas principais cidades turcas: a capital, Ancara, e Istambul, cidade que Erdogan foi prefeito e onde começou sua carreira política.
A votação também consolidou a oposição -- acuada pela expansão de poderes de Erdogan aprovadas por ele mesmo nos últimos anos -- como força política. O nome do presidente da Câmara de de Deputados de Istambul, Ekrem Imamoglu, também surgiu como principal rival do presidente.
Com 92,92% das urnas apuradas em Istambul, a maior cidade da Europa e o motor econômico do país, Imamoglu teve 50,92% dos votos, em comparação com 40,05% do candidato do AKP, o ex-ministro de Erdogan Murat Kurum.
Sua sigla, o Partido Popular Republicano (CHP), também conseguiu manter o controle de Ancara e ganhou outras 15 prefeituras pelo país.
Em discurso na madrugada desta segunda-feira, Erdogan, reeleito em 2023, reconheceu a derrota.
Uma das explicações, apontadas em pesquisas de intenção de voto antes das eleições, é o aumento da inflação no país aliado a uma insatisfação crescente de eleitores islâmicos insatisfeitos com o governo de Erdogan.
"Aqueles que não entendem a mensagem da nação acabarão perdendo", disse Imamoglu, 53 anos, a milhares de apoiadores exultantes na noite de domingo, alguns deles gritando para que Erdogan renunciasse.
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A derrota acontece também após um forte envolvimento do presidente turco nas campanhas de seu partido em Istambul e Ancara.
Nesta madrugada, dirigindo-se às multidões reunidas na sede do AKP em Ancara, ele afirmou que a sua aliança "perdeu altitude" em todo o país e tomará medidas para transmitir a mensagem dos eleitores.
"Se cometemos um erro, iremos corrigi-lo" nos próximos anos, disse ele. "Se faltar alguma coisa, vamos completá-la."
Fonte: G1