Ato foi convocado nacionalmente pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e promoveu debates e atividades culturais na Praça do Derby. Ato reuniu manifestantes para rodas de conversa e apresentações culturais no Centro do Recife
Iris Costa/g1
Um protesto convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) reuniu manifestantes na manhã deste sábado (23), na Praça do Derby, área central do Recife. O ato faz parte de uma convocação nacional com o tema "Ditadura Nunca Mais".
Em Pernambuco, a mobilização envolveu rodas de conversa, pronunciamentos de movimentos sociais e apresentações culturais. A concentração começou por volta das 10h e os manifestantes permaneceram desenvolvendo suas atividades na Praça do Derby, sem caminhada pelas ruas.
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O ato foi convocado pelas as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e tinha como mote protestar:
Em defesa da democracia;
Em memória à resistência contra o golpe militar, de 1964;
Pelo cessar fogo e pelo fim do genocídio na Palestina;
Contra qualquer anistia para envolvidos no ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023.
De acordo com o presidente da CUT em Pernambuco, Paulo Rocha, a intenção do ato no Recife era promover uma agenda cultural e de debates, como uma forma de destacar que a ditadura militar deixou marcas históricas que ainda precisam ser relembradas para não serem repetidas.
Em relação à Palestina, o sindicalista apontou que se trata de um assunto que não pode ser ignorado, mesmo que geograficamente distante.
"Não dá para a gente continuar vendo um ataque profundo que está acontecendo na Palestina; 70% do povo que morre são mulheres e crianças. Crianças morrem de fome, de bala, de falta de medicação. A gente precisa denunciar o genocídio que está acontecendo com o povo palestino", destacou Paulo Rocha.
O protesto também contou com a presença de representantes dos movimentos estudantil, feminista, por moradia e sindicatos.
Para Everton Simão, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Pernambuco, a manifestação é importante para chamar atenção para a história recente do Brasil, já que muitos jovens não têm a exata noção do quão recente é a democracia brasileira.
"A democracia na nossa história é muito recente. A gente vem de décadas de ataque; foi isso durante o Estado Novo, durante a Ditadura Militar. A gente viu várias dessas pessoas serem anistiadas e a gente não pode permitir que isso aconteça de novo", explicou o estudante.
A deputada estadual Dani Portela (PSol) também participou das atividades e disse que a ação era importante para marcar o posicionamento em defesa da democracia.
Manifestantes se concentraram na Praça do Derby, no Recife, ato cultural em defesa da democracia
Iris Costa/g1
"(...) um tema que parecia superado no Brasil, mas voltou nos últimos anos com muita força. A gente viu o quanto a nossa democracia ainda é frágil. No dia 8 de janeiro [de 2023], a gente viu que existia intenções golpistas do grupo relacionado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a gente precisa estar constantemente defendendo a democracia. O ato Ditadura Nunca Mais é em defesa de direitos sociais e sem anistia para golpistas. É para a gente demarcar no nosso campo, o campo da esquerda progressista, porque o Brasil não pode voltar para onde ele já esteve", destacou a parlamentar.
Victor Assis, militante da Frente Brasil Popular e do Comitê de Solidariedade Palestina de Pernambuco, contou que os atos e ações em defesa da Palestina têm, além do objetivo de pressionar o Estado israelense, prestar solidariedade à comunidade palestina em Pernambuco.
"A gente considera que, na medida em que a gente defende um povo oprimido, também estamos lutando, no Brasil, em defesa do povo brasileiro. Uma das coisas que a gente mais denuncia é que as armas utilizadas para massacrar o povo palestino, por Israel, são utilizadas pela Polícia Militar no Brasil, por exemplo", apontou Assis.
Faixas expostas em apoio à Palestina na Praça do Derby, no Recife
Iris Costa/g1
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