G1
Agenda prevê ainda debate sobre mudanças climáticas, tratativas na área de ciência e tecnologia e visita à Liga Árabe. Giro pela África também terá compromissos na Etiópia. Lula e Janja visitam a esfinge, no EgitoRicardo Stuckert/PRO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre uma série de compromissos oficiais nesta quinta-feira (14) durante viagem ao Egito. No país, Lula discutirá com o presidente egípcio Abdel Fatah El-Sisi a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, além de tratarem de acordos internacionais. Lula desembarcou na capital, Cairo, por volta das 4h desta quarta (14), no horário de Brasília, mas começa a sequência de reuniões nesta quinta. No primeiro dia da viagem, o presidente e a primeira-dama, Janja, visitaram as pirâmides de Gizé – onde esteve em 2003, no primeiro mandato, com Marisa Letícia – e a famosa esfinge.Segundo o Palácio do Planalto, o petista também visitou museus e conversou com egípcios sobre possível colaboração para recuperar itens do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruídos em um incêndio no dia 2 de setembro de 2018.Após a sequência de compromissos no Egito, Lula segue em viagem para a Etiópia – ambos, países que passaram a integrar o Brics em 2024.O grupo, que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo, conta com a presença do Brasil desde a fundação. O governo brasileiro apoiou a ampliação e a entrada dos dois países africanos.Este é o segundo giro de Lula por países da África desde que tomou posse como presidente da República. No ano passado, Lula passou por África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe.Na campanha eleitoral de 2022, Lula colocou entre as diretrizes do programa de governo a previsão de "reconstruir" as relações entre o Brasil e países africanos. Antecessor de Lula, Jair Bolsonaro não visitou países africanos durante o seu mandato (2019-2022).Naquele ano, antes mesmo de ter tomado posse e na condição de presidente eleito, Lula esteve no Egito, a convite do governo local, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.Lula chega ao Egito para agenda oficial de dois diasCompromissos no EgitoSegundo a agenda de Lula no Cairo, nesta quinta estão previstas duas reuniões com o presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi. Uma dessas reuniões será privada (entre os dois e intérpretes) e uma será ampliada (da qual costumam participar integrantes dos dois governos).Em comunicado divulgado à imprensa nesta terça-feira (13), o Ministério das Relações Exteriores informou que os dois presidentes discutirão nos encontros as mudanças climáticas e a guerra entre Israel e o Hamas.A guerra começou em outubro do ano passado, após o grupo terrorista atacar Israel. Milhares de pessoas morreram na região. Desde que o conflito começou, o Brasil repatriou cerca de 1,5 mil cidadãos que estavam na região de conflito e pediram ajuda ao governo para retornar ao país.Desse grupo, 115 eram brasileiros que viviam na Faixa de Gaza — que faz fronteira com o Egito — e só puderam retornar ao país após o Egito abrir as fronteiras.Lula também terá agendas com outros países árabes durante a viagem ao Egito. Ele terá uma reunião com o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit. Além disso, participará de uma sessão extraordinária do Conselho de Representantes da Liga dos Estados Árabes. Depois, o presidente partirá para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde também cumprirá agendas. EtiópiaNo segundo destino da viagem, Lula deverá ter reuniões com autoridades locais e participar da Assembleia da União Africana. O grupo passou a integrar o G20, obtendo o mesmo status da União Europeia junto à entidade.Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o discurso do presidente ainda não está finalizado, mas Lula deverá reforçar as oportunidades de cooperação entre os países africanos e o Brasil, acrescentando que, durante a presidência brasileira do G20, os três eixos centrais do grupo são:inclusão social com combate à fome e à pobreza;desenvolvimento sustentável e transição energética;reforma da governança global.Sobre este último ponto, Lula tem defendido, por exemplo, que ao menos um país africano tenha representante no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) — Lula também tem defendido que o Brasil, a Alemanha e o Japão também passem a integrar o grupo.